“Vem todo mundo para Brasília pedir favor”, diz Guedes a empresários

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Paulo Guedes. Foto: Rafaela Felicciano

Por Deborah Hana Cardoso

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o intervencionismo estatal na área e afirmou que, nesse modelo, “vem todo mundo para Brasília pedir favor”. A declaração veio na quarta-feira (19/10), durante o Brasil Export, fórum de logística e infraestrutura portuária, que aconteceu em Brasília.

“Vem todo mundo para Brasília pedir favor em uma economia dirigista [na qual o Estado comanda a direção do país, em contraposição a um papel somente regulador]. E numa economia de mercado, todos fazem o seu [esforço]”, disse. “O governo é indutor de crescimento em uma economia dirigista e o consumo é indutor em uma economia de mercado”, completou.

De acordo com o ministro, o país está em um “momento decisivo”, em alusão às eleições deste ano. “Podemos ter jovens indo para o exterior para lavar pratos ou imigrantes vindo para cá como era no passado”, declarou.

Durante o evento, Guedes criticou novamente as revisões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia brasileira que o levou a “expulsar” a instituição do país no fim do ano passado. “Foi numa dessas que eu convidei o FMI a se retirar do país”, disparou.

“Por 16 semanas seguidas, inflação para baixo”, disse. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,29% em setembro.

Petrobras e o teto

O ministro ainda fez referência à Petrobras, afirmando que o país não pode ser prisioneiro, no futuro, de empresas “monopolistas” que “ora são de mercado, ora são estatais”. O governo de Jair Bolsonaro (PL) deu início aos estudos para iniciar o processo de privatização da estatal de capital aberto.

A Petrobras, objeto de críticas do governo e da oposição, adota a paridade de preços internacional (PPI) desde o governo de Michel Temer. Neste ano, a alta do barril no exterior causou uma crise nos preços dos combustíveis devido à guerra na Europa que fez o governo declarar “estado de emergência.

Diante disso, o ministro ainda defendeu o furo no teto de gastos e afirmou que a regra fiscal tem um “espírito para corrigir a hipertrofia do estado”. De acordo com Guedes, o teto foi mantido no atual governo, pois o estado não “cresceu”, mas teve que transferir renda devido às crises da Covid-19 e da guerra na Ucrânia.

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