Vítima de homofobia em aeroporto de Amsterdã, Douglas desabafa: “Precisamos ter voz”

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Jogador da seleção brasileira de vôlei estava em deslocamento para a Itália, onde jogará nesta temporada, e ficou mais de seis horas aguardando liberação de um agente de segurança

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Vôlei, Douglas Souza

Finalmente instalado em sua casa na cidade de Vibo Valentia, na Itália, onde jogará a próxima temporada, Douglas Souza fez um desabafo nas redes sociais na tarde desta quarta-feira. O ponteiro da Seleção Brasileira declarou que foi vítima de homofobia quando tentava se deslocar de Amsterdã para Roma.

Douglas Souza desabafa nos stories sobre ter sido vítima de homofobia am Amsterdã — Foto: Reprodução/Instagram
Douglas Souza desabafa nos stories sobre ter sido vítima de homofobia am Amsterdã — Foto: Reprodução/Instagram

– Eu saí de São Paulo na segunda-feira à noite e cheguei na Itália quarta-feira duas da tarde, era para ter sido uma viagem muito mais tranquila do que foi. Estávamos eu e Gabi, meu namorado, pegamos um voo para Amsterdã, onde tivemos que passar pelo controle de passaporte para ir para Roma, e depois para Vibo – contou o atleta.

Douglas disse que estava sendo bem tratado pelo agente de segurança do aeroporto ao explicar que era jogador de vôlei e que estava se deslocando para a Itália, mas que o comportamento do agente mudou ao contar que estava acompanhado do namorado, e que tinha um documento de união estável.

Douglas Souza e o namorado, Gabriel — Foto: Reprodução/Instagram
Douglas Souza e o namorado, Gabriel — Foto: Reprodução/Instagram

– Quando eu disse que era meu namorado, a fisionomia dele mudou, e o comportamento também. Ele chamou um cara no telefone e nos levaram para um outro lugar ali do lado, onde tinham umas outras 20 pessoas. Nos largaram lá por umas seis horas sem dar nenhuma explicação. Eu até fui falar que poderia passar o telefone do clube para que explicassem a situação. Até que bateram na tecla de novo de quem era o Gabriel, e eles não entendiam o que era “namorado”, entendiam apenas “companheiro”. Comecei a perceber um certo padrão, porque das 20 pessoas que estavam com a gente, 18 eram pessoas pretas ou latinas – prosseguiu.

Ainda de acordo com o relato do campeão olímpico na Rio 2016, eles foram liberados quando o aeroporto já estava fechado.

– Nos liberaram umas 11 da noite, quando não tinha mais voos para Roma. Ficamos jogados no chão até sete da manhã, quando era o primeiro voo para Roma. A gente se sentiu fragilizado, não tinha o que fazer contra a polícia. Se eu estivesse a turismo, tinha pedido para voltar para casa. Passei 15 horas no aeroporto, deveriam tem sido umas três. Não achei essa situação normal, foi uma situação muito constrangedora. É importante a gente falar que isso existe, é importante a gente ter voz e expor esse tipo de situação. A gente tem que lutar contra isso – encerrou.

Mary Simon

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