“Existem na região de Surucucu 4 polos fechados, e outros 3 em outras regiões, todos devido à insegurança causada pelos invasores. Um polo foi reformado para reabertura, mas não se consegue abrir pela insegurança. Foi aberto o polo Xitei que conta com o apoio da presença da Força Nacional de Segurança”, descreve o relatório.
“Os trabalhadores se encontram também evidentemente em adoecimento de saúde mental, pela sobrecarga e precariedade que se encontram, além da falta de supervisão ou apoio para desenvolvimento das atividades. Relatam muitas escalas que ‘furam’. Observamos um descompasso entre como a gestão central apresenta o DSEI e o que é o cotidiano das equipes. Em geral, existem fluxos e protocolos frágeis e nenhuma supervisão em campo”, destaca.
De acordo com o documento, os dados sobre medicamentos e insumos são contraditórios. Enquanto as equipes da Sesai e do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami afirmam que há estoque e envio, “as Unidades Básicas de Saúde Indígena e os Polos Bases apresentam faltas”. “Observa-se ainda um precário controle dos medicamentos a partir da entrega para a empresa de transporte logístico e nenhum controle e rastreamento nos Polos Base. São muitos os relatos de extravios de medicamentos, principalmente de medicamentos antimaláricos”, continua o relato.
Outra fragilidade identificada é o formado da coleta de informações feita pelos profissionais de saúde. Após registro em papel, o material é revisado e alguns são registrados, uma vez que não é possível registrar todos os formulários. “Isso significa que nem todos dados são registrados (por exemplo, não registram casos negativos de teste de malária) e há um atraso de meses (óbitos com cerca de 4 meses de atraso, malária com cerca de 3 meses de atraso)”, explica o documento.