Bolsonaro minimiza ato na USP: “Carta da democracia é a Constituição”

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Jair Bolsonaro. Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Por Mayara Oliveira

O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou os atos em defesa da democracia realizados em várias partes do país na quinta-feira (11/8), com a leitura da Carta em Defesa do Estado Democrático de Direito.

Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o titular do Palácio do Planalto disse que a melhor carta da democracia é a Constituição e criticou a carta lida nesta quinta. No momento da afirmação, o presidente segurava uma edição da Carta Magna (foto em destaque).

“Alguém discorda que essa daqui é a melhor carta à democracia? Alguém tem dúvida? Acha que outro pedaço de papel qualquer substitui isso daqui?”, indagou Bolsonaro.

“Pessoal faz um onda agora sobre carta à democracia para tentar atingir a mim. Mas a bancada toda do PT não assinou essa carta à democracia em 1988, e agora quer assinar essa carta à democracia?”, questionou.

Outras figuras políticas do governo se manifestaram contra os atos. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, opinou no Twitter que a “democracia é de todo mundo”.

Veja:

O deputado federal e filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PL) retuitou uma mensagem do empresário bolsonarista Luciano Hang, que classificou o documento como “Carta do Lula”. A deputada da ala do presidente Alê Silva corroborou:

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, voltou a publicar a ironização do presidente à carta:

Victor Godoy, ministro da Educação, também se manifestou.

Outro filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro utilizou um vídeo do ministro Fábio Faria, e completou dizendo que o mandatário “defende a democracia prevista na Carta Magna”. Veja a sequência de publicações:

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, divulgou vídeo em suas redes chamando a Carta pela Democracia de “palhaçada” de “um bando de esquerdopatas” e disse que o movimento de defesa do sistema eleitoral tem o objetivo de “atingir o presidente Bolsonaro”

“Carta da Democracia uma ova, um bando de esquerdopatas que assinaram a carta apoiam os maiores corruptos do país”, vociferou o religioso. “É apenas uma carta de um bando de cínicos, de apoiadores de corruptos, que querem que eles voltem”, completou ele.

Carta

A Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito foi lida na manhã da quinta-feira (11/8) na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na capital de São Paulo. Intelectuais, economistas, empresários e sindicalistas defendem democracia e eleições no ato.

Mais cedo, José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça, leu o manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, no salão nobre da faculdade. Organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o documento teve a adesão de 107 entidades.

O texto começou receber apoio em 26 de julho e conta com 925 mil assinaturas. Entre os signatários, há políticos, entidades sindicais, empresários, professores, artistas e demais cidadãos.

A iniciativa de juristas surgiu após diversos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro e às urnas eletrônicas.

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