O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que “não deseja nem provoca ruptura”, mas disse que “tudo tem um limite”. A declaração foi feita logo após Bolsonaro criticar medidas tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
— Temos um presidente que não deseja nem provoca ruptura. Mas tudo tem um limite na nossa vida. Não podemos continuar convivendo com isso — disse o presidente, durante culto evangélico em Goiânia.
Antes, Bolsonaro havia reclamado de “medidas arbitrárias”, tomadas por “uma pessoa ou duas”. Nas últimas semanas, o presidente tem criticado os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, ambos do STF.
— Num momento também que o Brasil atravessa, onde uma pessoa ou duas tentam perverter a ordem pública, com medidas arbitrárias, com medidas revanchistas, extrapolando aquilo que seria seu direito, passando por cima até mesmo do seu compromisso de zelar pela Constituição brasileira. Nós não podemos admitir isso.
O presidente ainda criticou a decisão do TSE de desmonetizar páginas que divulgam informações falsas sobre o sistema eleitoral.
‘Três alternativas’
Bolsonaro também disse que tem “três alternativas” para o seu futuro: ser preso, ser morto ou ter a “vitória”. De acordo com ele, “não existe” a chance de ser preso:
— Eu tenho três alternativas para o meu futuro. Estar preso, ser morto ou a vitória. Podem ter certeza, a primeira alternativa, preso, não existe. Nenhum homem aqui na Terra vai me amedrontar.
Ao encerrar sua fala no culto, reforçou que “jamais” será preso:
— Preso, jamais. Vivo, dependo de Deus. Com a vitória, ao lado de vocês.
‘Convite’ a ministros
Depois, em um encontro com políticos locais, Bolsonaro convidou os ministros do STF a participar de manifestações que estão sendo marcadas para o dia 7 de Setembro. Parte dos organizadores desses atos defendem medidas arbitrárias contra a Corte e o Congresso.
— Convido também qualquer um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal a ocupar o carro de som de falar com o povo brasileiro. Todos nós devemos lealdade a vocês. Vocês são os nossos patrões.
Além disso, ao falar sobre a possível mudança de entendimento do “marco temporal” da demarcação de terras indígenas, que será analisado pela Corte, o presidente disse que Executivo e Legislativo representam “de verdade” a população e que esses dois Poderes estarão “ao lado do povo”.
— O que for decidido lá pelo outro Poder tem reflexo nos outros dois Poderes, Legislativo e Executivo. E nós representamos, sim, de verdade, de fato, pelo voto, a população brasileira. Tenho certeza que o poder Executivo e o poder Legislativo em sua grande maioria estará ao lado do povo brasileiro.
Poliana Skaf