Dinheiro público banca luxo dos candidatos a presidente

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Janja e Lula. Foto: Reprodução

Por Ana Viriato

A crise econômica colocou milhares de brasileiros em situação penosa. Enquanto alguns comprometem mais da metade do salário mínimo com a compra de uma cesta básica, outros, que nem sequer dispõem dessa condição, disputam ossos de boi e pele de frango para garantir refeições diárias. O retrato devastador, reproduzido nas ruas das cidades do interior e nas metrópoles, destoa da vida levada por políticos, cujas mordomias são bancadas por dinheiro público. Com a verba do fundo partidário, abastecido por dinheiro do contribuinte, os todo-poderosos de Brasília viajam em jatos exclusivos, hospedam-se em hotéis cinco estrelas e se fartam à mesa. As prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral pelas 33 siglas do país entre o final de junho de 2021 e o início deste mês revelam que, no ano passado, elas torraram R$ 811,4 milhões dos R$ 939 milhões recebidos do caixa voltado ao custeio de despesas rotineiras. A bolada está longe de ser empregada com “racionalidade” ou sob o princípio da moralidade.

Campeão de gastos, com R$ 110,1 milhões em despesas, o PT, por exemplo, usou R$ 498 mil para levar Lula ao Nordeste em um jato Challenger, com capacidade para 12 pessoas. O ex-presidente voou na aeronave em agosto do ano passado, quatro meses após o Supremo Tribunal Federal derrubar todas as condenações dele na Lava Jato e torná-lo elegível. Para pavimentar alianças políticas, o petista fez um tour pelo Nordeste ao lado da esposa, Rosângela da Silva, a Janja, e de profissionais de sua pré-campanha ao Planalto. Durante a mesma viagem, em um escárnio com o contribuinte, o partido “alugou” por R$ 128 mil uma outra aeronave mais simples, o Cessna Citation II, para realizar o transporte de dois funcionários do Instituto Lula em dois trechos aéreos — um de 45 minutos e outro de 1 hora e 15 minutos — no mesmo roteiro nordestino.

Dinheiro público banca luxo dos candidatos a presidente

A crise econômica colocou milhares de brasileiros em situação penosa. Enquanto alguns comprometem mais da metade do salário mínimo com a compra de uma cesta básica, outros, que nem sequer dispõem dessa condição, disputam ossos de boi e pele de frango para garantir refeições diárias. O retrato devastador, reproduzido nas ruas das cidades do interior e nas metrópoles, destoa da vida levada por políticos, cujas mordomias são bancadas por dinheiro público. Com a verba do fundo partidário, abastecido por dinheiro do contribuinte, os todo-poderosos de Brasília viajam em jatos exclusivos, hospedam-se em hotéis cinco estrelas e se fartam à mesa. As prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral pelas 33 siglas do país entre o final de junho de 2021 e o início deste mês revelam que, no ano passado, elas torraram R$ 811,4 milhões dos R$ 939 milhões recebidos do caixa voltado ao custeio de despesas rotineiras. A bolada está longe de ser empregada com “racionalidade” ou sob o princípio da moralidade.

Campeão de gastos, com R$ 110,1 milhões em despesas, o PT, por exemplo, usou R$ 498 mil para levar Lula ao Nordeste em um jato Challenger, com capacidade para 12 pessoas. O ex-presidente voou na aeronave em agosto do ano passado, quatro meses após o Supremo Tribunal Federal derrubar todas as condenações dele na Lava Jato e torná-lo elegível. Para pavimentar alianças políticas, o petista fez um tour pelo Nordeste ao lado da esposa, Rosângela da Silva, a Janja, e de profissionais de sua pré-campanha ao Planalto. Durante a mesma viagem, em um escárnio com o contribuinte, o partido “alugou” por R$ 128 mil uma outra aeronave mais simples, o Cessna Citation II, para realizar o transporte de dois funcionários do Instituto Lula em dois trechos aéreos — um de 45 minutos e outro de 1 hora e 15 minutos — no mesmo roteiro nordestino.

Antes mesmo da turnê que marcou o retorno oficial de Lula ao jogo político, porém, o petista já havia dado início às negociações políticas usando dinheiro público. Em maio, ele embarcou de São Paulo para Brasília em um jatinho Learjet, ao custo de R$ 84,8 mil. Na capital federal, onde permaneceu por quatro dias e cumpriu uma longa agenda, com direito ao reencontro com caciques do MDB, o ex-presidente e seus acompanhantes buscaram um hotel cinco estrelas, o Meliá. Enquanto assessores ficaram em quartos com diárias de R$ 369 e Fernando Haddad, pré-candidato ao governo de São Paulo, em uma suíte de R$ 569, Lula e Janja optaram pela sofisticação e escolheram a melhor acomodação do local, a Royal Suite, cujas diárias são de R$ 2,5 mil — o espaço de 183 metros quadrados conta com banheira de hidromassagem e uma vista panorâmica da cidade. O casal também não economizou com comida. As notas fiscais mostram que foram servidos, em nome do ex-presidente, tábuas de frios e de frutas, carnes nobres e pescados. A conta final deu R$ 14,9 mil e quem bancou tudo foi o dinheiro do contribuinte.Dinheiro público banca luxo dos candidatos a presidente

O jatinho milionário de Lira

O PL, de Jair Bolsonaro, não fica atrás em termos de abuso do dinheiro público. Com R$ 19,8 milhões em despesas financiadas pelo fundo partidário, a sigla capitaneada por Valdemar Costa Neto recorre a brechas da lei para fazer girar dinheiro entre suas contas. A legenda paga R$ 50 mil mensais pelo aluguel do espaço de sua sede nacional, localizada no Centro Empresarial Brasil 21. Um detalhe, no entanto, chama atenção: é a Fundação Álvaro Valle, do próprio partido, a dona do imóvel, que, sob uma fiscalização mais frouxa, recebe a bolada de R$ 600 mil ao ano. Quase tão caro quanto o aluguel é o custo do salário do cacique partidário: o ex-deputado recebe por mês do PL uma remuneração de R$ 24,8 mil — ao todo, no ano passado, a sigla repassou R$ 322,8 mil ao bolsonarista.

Dinheiro público banca luxo dos candidatos a presidente

A crise econômica colocou milhares de brasileiros em situação penosa. Enquanto alguns comprometem mais da metade do salário mínimo com a compra de uma cesta básica, outros, que nem sequer dispõem dessa condição, disputam ossos de boi e pele de frango para garantir refeições diárias. O retrato devastador, reproduzido nas ruas das cidades do interior e nas metrópoles, destoa da vida levada por políticos, cujas mordomias são bancadas por dinheiro público. Com a verba do fundo partidário, abastecido por dinheiro do contribuinte, os todo-poderosos de Brasília viajam em jatos exclusivos, hospedam-se em hotéis cinco estrelas e se fartam à mesa. As prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral pelas 33 siglas do país entre o final de junho de 2021 e o início deste mês revelam que, no ano passado, elas torraram R$ 811,4 milhões dos R$ 939 milhões recebidos do caixa voltado ao custeio de despesas rotineiras. A bolada está longe de ser empregada com “racionalidade” ou sob o princípio da moralidade.

Campeão de gastos, com R$ 110,1 milhões em despesas, o PT, por exemplo, usou R$ 498 mil para levar Lula ao Nordeste em um jato Challenger, com capacidade para 12 pessoas. O ex-presidente voou na aeronave em agosto do ano passado, quatro meses após o Supremo Tribunal Federal derrubar todas as condenações dele na Lava Jato e torná-lo elegível. Para pavimentar alianças políticas, o petista fez um tour pelo Nordeste ao lado da esposa, Rosângela da Silva, a Janja, e de profissionais de sua pré-campanha ao Planalto. Durante a mesma viagem, em um escárnio com o contribuinte, o partido “alugou” por R$ 128 mil uma outra aeronave mais simples, o Cessna Citation II, para realizar o transporte de dois funcionários do Instituto Lula em dois trechos aéreos — um de 45 minutos e outro de 1 hora e 15 minutos — no mesmo roteiro nordestino.

Antes mesmo da turnê que marcou o retorno oficial de Lula ao jogo político, porém, o petista já havia dado início às negociações políticas usando dinheiro público. Em maio, ele embarcou de São Paulo para Brasília em um jatinho Learjet, ao custo de R$ 84,8 mil. Na capital federal, onde permaneceu por quatro dias e cumpriu uma longa agenda, com direito ao reencontro com caciques do MDB, o ex-presidente e seus acompanhantes buscaram um hotel cinco estrelas, o Meliá. Enquanto assessores ficaram em quartos com diárias de R$ 369 e Fernando Haddad, pré-candidato ao governo de São Paulo, em uma suíte de R$ 569, Lula e Janja optaram pela sofisticação e escolheram a melhor acomodação do local, a Royal Suite, cujas diárias são de R$ 2,5 mil — o espaço de 183 metros quadrados conta com banheira de hidromassagem e uma vista panorâmica da cidade. O casal também não economizou com comida. As notas fiscais mostram que foram servidos, em nome do ex-presidente, tábuas de frios e de frutas, carnes nobres e pescados. A conta final deu R$ 14,9 mil e quem bancou tudo foi o dinheiro do contribuinte.

O jatinho milionário de Lira

O PL, de Jair Bolsonaro, não fica atrás em termos de abuso do dinheiro público. Com R$ 19,8 milhões em despesas financiadas pelo fundo partidário, a sigla capitaneada por Valdemar Costa Neto recorre a brechas da lei para fazer girar dinheiro entre suas contas. A legenda paga R$ 50 mil mensais pelo aluguel do espaço de sua sede nacional, localizada no Centro Empresarial Brasil 21. Um detalhe, no entanto, chama atenção: é a Fundação Álvaro Valle, do próprio partido, a dona do imóvel, que, sob uma fiscalização mais frouxa, recebe a bolada de R$ 600 mil ao ano. Quase tão caro quanto o aluguel é o custo do salário do cacique partidário: o ex-deputado recebe por mês do PL uma remuneração de R$ 24,8 mil — ao todo, no ano passado, a sigla repassou R$ 322,8 mil ao bolsonarista.

Integrante do tripé de sustentação do Planalto, o Progressistas, que gastou R$ 28,2 milhões do fundo partidário, pagou caro para emplacar Arthur Lira na presidência da Câmara. Em janeiro de 2021, mês que antecedeu a eleição, o partido fretou um jato Cessna Citation Excel, com capacidade para oito passageiros, por R$ 410 mil para garantir maior facilidade às viagens em que o congressista articulou para que governadores intercedessem a seu favor junto a parlamentares de seus estados. A sigla ainda o autorizou a transportar na aeronave colegas de outras legendas. Empresa contratada na ocasião, a Rico Táxi Aéreo pertence aos irmãos Átila e Metin Yurtsever, que foram alvos da Lava Jato e já fizeram doações à campanha de Lira a deputado.

No Republicanos, outro partido aliado ao Planalto, as notas fiscais apontam salgadas contas em supermercados e restaurantes. São diversos os comprovantes que mostram a compra de itens, digamos, não usuais à estrutura partidária, como ameixa nacional, kiwi, queijo meia cura, castanha de caju, abacaxi manipulado e panetones. Os membros do Diretório Nacional ainda são habitués em restaurantes brasilienses e têm, entre os pratos preferidos, carnes e comidas da culinária italiana e espanhola. Ao todo, em 2021, a sigla gastou R$ 24 milhões do fundo partidário.

Dinheiro público banca luxo dos candidatos a presidente

Em 2022, a tendência é de ampliação das despesas custeadas pelo caixa, que, vale destacar, é diferente do fundão eleitoral de R$ 4,9 bilhões. Até a última quarta-feira, os partidos já haviam informado gastos de R$ 398,1 milhões ao TSE. Os números, porém, não refletem a realidade, já que um terço das siglas ainda nem entregou os dados parciais à Justiça. O prazo é extenso. A conclusão do processo de prestação de contas pode ocorrer até junho do ano que vem. No meio tempo, o dinheiro escoa pelo ralo, sem passar pelo escrutínio da população.

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