Drone é lançado contra casa de Netanyahu no norte de Israel; ação não deixa vítimas
Extremistas do Hezbollah lançaram no sábado (19) um drone contra a casa de veraneio do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, na cidade de Cesareia (norte do país), segundo autoridades locais. O premiê não estava na residência, e o ataque não provocou vítimas, disse o seu porta-voz.
Segundo a rede qatari Al Jazeera, o drone atingiu a propriedade. Autoridades israelenses, porém, não confirmam a informação. “Um drone foi disparado contra a casa do primeiro-ministro em Cesareia. O premiê e sua esposa não estavam presentes. Não houve vítimas”, limitaram-se a dizer em comunicado.
Militares israelenses afirmaram que o equipamento foi lançado do Líbano, onde tropas israelenses invadiram no mês passado. Outros dois drones que entraram no espaço aéreo israelense teriam sido interceptados.
O Hezbollah não havia reivindicado a ação até a publicação desta notícia. O grupo extremista tem feito ataques contra Israel desde outubro de 2023, em apoio à facção palestina Hamas.
Horas após o ataque, Netanyahu afirmou que o conflito não será interrompido devido ao que chamou de tentativa de assassinato. Também responsabilizou o Irã pelo ataque e disse que, “qualquer um que machuque israelenses, vai pagar um preço alto”. “Agentes do Irã que tentaram assassinar a mim e à minha esposa cometeram um erro amargo.”
“Vamos continuar eliminando os seus terroristas. Vamos resgatar os nossos reféns de Gaza e vamos voltar às nossas casas no norte [de Israel]”, disse o premiê, em referência aos cerca de 60 mil israelenses que tiveram de deixar a região devido ao conflito com o Hezbollah.
O grupo baseado no Líbano disparou foguetes, também neste sábado, contra uma base militar na cidade de Haifa, no norte de Israel, em resposta ao que chamou de massacres cometidos pelo Exército israelense durante o conflito. Ao menos 115 projéteis foram lançados, segundo militares israelenses.
Ainda no sábado (19), Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza, onde o Exército continua sua ofensiva contra o grupo terrorista Hamas mesmo após a morte do líder da facção, Yahya Sinwar, ocorrida na quinta.
A Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, disse que ao menos 33 pessoas morreram em um bombardeio na noite de sexta (18) contra o acampamento de refugiados de Jabaliya. A informação não pôde ser verificada de forma independente.
O Hamas confirmou a morte de Sinwar na sexta e prometeu continuar em guerra contra o Estado judeu. O compromisso foi reiterado pelos aliados da facção Hezbollah e Irã.
O grupo palestino disse ainda que não libertará os reféns ainda sob seu poder até que Israel ponha fim à guerra, desencadeada pelo mega-ataque de outubro de 2023, quando cerca de 1.200 pessoas foram mortas no sul de Israel por terroristas.
Em pouco mais de um ano de guerra, o Hamas passou de uma força organizada comandando Gaza a um grupo insurgente, perigoso, mas incapaz de ações de grande porte como a do 7 de Outubro. Com efeito, aviões israelenses despejaram panfletos no sul de Gaza com a foto do corpo de Sinwar e a mensagem de que o “Hamas não vai mais dominar” o território palestino.
“Quem baixar as armas e entregar os reféns poderá sair e viver em paz”, era a mensagem escrita em árabe no material, segundo moradores da cidade de Khan Yunis, no sul da faixa.
Netanyahu disse que a morte de Sinwar marcava “o começo do fim” da guerra em Gaza. Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a morte é “uma oportunidade para buscar o caminho da paz” no Oriente Médio.
A possibilidade de um cessar-fogo na região, porém, parece distante. Em evento neste sábado, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, afirmou que a “atitude agressiva de Israel” obriga o Irã a “tomar medidas legítimas” como resposta. Ele estava ao lado do ministro das Relações Exteriores do Irã, Abas Araghchi, em Istambul.
Segundo Fidan, Netanyahu “abre constantemente novas frentes na região”, e “o risco de que a guerra se estenda não pode ser subestimado”. “Israel trata de atrair o Irã para a guerra”, disse o turco. “Também não conhece nenhum limite para os crimes de guerra que comete.”
“A possibilidade de uma guerra ampla na região é sempre séria, e ninguém a não ser o regime sionista quer que isso ocorra”, afirmou.
Com Reuters e AFP