Estados do agro resistiram à queda geral do PIB em 2020, aponta IBGE
Por Fábio Matos
Estados reconhecidos como polos do agronegócio resistiram melhor aos efeitos da retração econômica do Brasil em 2020, no primeiro ano da pandemia de Covid-19. É o que mostram os dados divulgados na quarta-feira (16/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o órgão, em 2020, apenas três unidades da federação não registraram queda no Produto Interno Bruto (PIB): Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Roraima.
Mato Grosso do Sul e Roraima tiveram uma ligeira alta do PIB no período, respectivamente de 0,2% e 0,1%. O Mato Grosso ficou estável em relação a 2019.
O Centro-Oeste, do qual fazem parte o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, é a região que mais produz grãos no Brasil, com as culturas de soja, milho e arroz. A produção de algodão também é forte.
A região agrícola do Norte do país, por sua vez, tem um mercado considerado promissor e em rápida expansão. Em Roraima, a produção se concentra em peixe, bananas e laranjas.
Outros estados
No dia 4 de novembro, o IBGE revisou os dados sobre o PIB do Brasil em 2020, que passou de uma queda de 3,9% para retração de 3,3%. De acordo com o instituto, 24 das 27 unidades da federação tiveram recuo do PIB, incluindo o Distrito Federal.
O Rio Grande do Sul teve o pior resultado do país em 2020, com o PIB despencando 7,2%. Em seguida, aparecem Ceará (-5,7%), Rio Grande do Norte (-5,0%), Espírito Santo (-4,4%), Rondônia (-4,4%) e Bahia (-4,4%) – todos com números piores do que a média nacional.
São Paulo
Maior unidade da federação, o estado de São Paulo sofreu uma retração de 3,5% em relação a 2019, também maior do que a média do país.
Com isso, São Paulo viu diminuir sua participação na economia brasileira: de 31,8%, em 2019, para 31,2%, em 2020.
Segundo o IBGE, o recuo do PIB paulista no primeiro ano da pandemia se deve, principalmente, a perdas nas atividades financeiras, de seguros, alojamento e alimentação.
Em 2020, o PIB de São Paulo atingiu R$ 2,37 trilhões em valores correntes – mais de três vezes acima do segundo colocado, o Rio de Janeiro (R$ 753,8 bilhões).
Apesar da perda de participação no PIB nacional, o estado de São Paulo registrou crescimento cinco vezes maior do que a média brasileira entre 2019 e o terceiro trimestre de 2011.
Segundo dados da Fundação Seade, o PIB paulista cresceu 7,5% no período, ante 1,5% do PIB nacional.