O texto-base, elaborado pelos técnicos do Ministério da Fazenda, também está circulando e sendo debatido nos ministérios envolvidos com a temática: Planejamento, Gestão, Esporte, Saúde e Turismo. As considerações das cinco pastas estão praticamente prontas para serem encaminhadas à Casa Civil.
A reportagem apurou junto a integrantes do Palácio do Planalto, que existe a possibilidade de a proposta ser apresentada como projeto de lei, com pedido de tramitação em regime de urgência.
Enquanto isso, outros percalços procuram ser resolvidos. É o caso da “falta de cargos” para compor uma nova secretaria, que será responsável pelas autorizações e controle das empresas de apostas.
O Ministério da Fazenda estima que serão necessários em torno de 80 postos para atender a nova demanda de trabalho. O Ministério da Gestão confirma que recebeu o pedido. No entanto, a pasta sinalizou que, pelo menos por ora, não há previsão de criar as vagas. Em janeiro, o presidente Lula orientou todos os ministros a não “inchar a máquina pública”.
Regras
Mais do que resolver um vácuo da legislação, que em 2018 autorizou as apostas no Brasil, a medida vai ajudar os cofres da União. A estimativa do Ministério da Fazenda é de a atividade possa gerar R$ 12 bilhões em receitas ao ano.
O texto mantém destinação de 1,63% da arrecadação aos clubes e entidades representativas das modalidades esportivas, conforme a previsão legal. Os clubes de futebol pedem fatia maior (veja abaixo). A regulamentação também proíbe que jogadores sejam, ao mesmo tempo, apostadores.
A proposta estabelece ainda que as empresas de apostas deverão promover ações preventivas e informativas de conscientização de apostadores e de prevenção do transtorno do jogo patológico. Por isso a participação do Ministério da Saúde nas discussões. A iniciativa visa a garantir a saúde mental dos apostadores, evitando que as apostas se transformem em um vício.
As regras de publicidade e marketing, como horário de veiculação de propagandas e formato de anúncios on-line, serão elaboradas em parceria com o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar). O objetivo é garantir que as ações de marketing sejam responsáveis e éticas, contribuindo para um ambiente de apostas seguro e regulamentado.
No projeto em discussão, a distribuição da arrecadação com as apostas esportivas ficou definida dessa maneira:
- 84% para o operador da loteria de apostas;
- 10% para a Seguridade Social;
- 2,55% para a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
- 1,63% para entidades desportivas;
- 1% para o Ministério do Esport
- 0,82% para escolas públicas.