Haddad quer colocar seguro-desemprego na Black Friday, diz sindicato
Em assembleia que aprovou proposta patronal na última sexta-feira (8), metalúrgicos protestaram contra a revisão de gastos da equipe econômica por causa da possibilidade de mudanças no seguro-desemprego e afirmaram que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) quer colocar o benefício na Black Friday.
As faixas foram estendidas durante reunião do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
Presidente da Força Sindical, Miguel Torres critica as articulações envolvendo o benefício e afirma que uma mudança do tipo não poderia acontecer em um governo Lula (PT). Uma das propostas em análise seria descontar das parcelas de seguro-desemprego o valor da multa sobre o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), paga pelo empregador ao funcionário demitido.
“Preocupa muito. Nós sabemos das dificuldades que nós temos no Congresso Nacional, porque é um Congresso muito conservador. Imagina o governo enviando uma PEC (proposta de emenda à Constituição) ou um projeto de lei complementar autorizando alguns cortes. Como vai voltar isso?”, questiona.
As centrais sindicais enviaram uma carta nesta semana ao governo Lula pedindo uma conversa sobre as revisões estudadas, mas ainda não receberam resposta. “Não estou falando que não tem que ter correção, que não tenha que ter controle de gastos, mas nós estamos tirando daquele que mais precisa, do trabalhador desempregado.”
Torres diz que, se a proposta for enviada com mudanças no seguro-desemprego, haverá reação dos trabalhadores. Segundo ele, uma mudança possível é regulamentar dispositivo da Constituição que diz que o financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor.
“Quem mais demite, quem mais faz rotatividade, tem que contribuir mais para o sistema de proteção social dos desempregados. Tem coisas que dá para fazer”, argumenta.