Idosos de hoje são mais propensos a ter múltiplas doenças, diz estudo

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© Getty Images

Não é novidade que os idosos são mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças: ao longo dos anos, o sistema imunológico e o metabolismo perdem muito de seu funcionamento, abrindo caminho para o surgimento de condições relacionadas ao estilo de vida, ou genéticas. Um novo estudo realizado pela Universidade Penn State, nos Estados Unidos, mostrou que gerações recentes de idosos têm ainda mais chances de apresentar um número maior de condições crônicas do que as anteriores.

O avanço da medicina no diagnóstico de doenças é apontado como uma das explicações para o resultado — no passado, muitas das condições não eram sequer identificadas por terem sintomas muito genéricos. Segundo os pesquisadores, as gerações mais recentes tiveram acesso a uma medicina moderna e mais avançada por um período maior de suas vidas.

Além disso, tratamentos médicos avançados podem permitir que os indivíduos vivam bem com múltiplas condições crônicas que, no passado, teriam se mostrado fatais. Por fim, os idosos de gerações mais recentes também têm tido maior exposição a fatores de risco à saúde, como a obesidade, o que eleva as chances de ter doenças crônicas.

O estudo mediu a multimorbidade utilizando uma contagem de nove doenças crônicas: doença cardíaca, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, artrite, doença pulmonar, câncer (excluindo câncer de pele), sintomas depressivos elevados e comprometimento cognitivo.

Os pesquisadores analisaram informações de 33 mil adultos com 51 anos ou mais que participam do Health and Retirement Study, uma pesquisa sobre idosos dos Estados Unidos que acompanha os pacientes ao longo dos anos.

Outras descobertas

Publicado em 1º/6 no The Journals of Gerontology, o estudo descobriu ainda que as novas gerações de idosos são mais propensas a experimentar o surgimento dessas condições crônicas mais cedo.

No entanto, fatores sociodemográficos (como raça e etnia), circunstâncias socioeconômicas e saúde na infância podem aumentar o risco de multimorbidade para todas as gerações de pessoas mais velhas, não só as mais novas.

Artrite e hipertensão, por exemplo, foram as condições mais prevalentes para todas as gerações de idosos. O levantamento também trouxe evidências de que sintomas depressivos elevados e diabetes são os principais responsáveis pelas diferenças geracionais observadas no risco de multimorbidez.

Perspectivas futuras

De acordo com os pesquisadores, a crescente notificação de múltiplas condições crônicas de saúde representa uma ameaça substancial à saúde das populações envelhecidas.

Como resultado, isso pode aumentar a pressão sobre o bem-estar dos idosos, bem como dos sistemas de seguros de saúde, especialmente porque o número de adultos com mais de 65 anos tende a continuar crescendo cada vez mais.

Por isso, os achados da pesquisa podem abrir caminho para a elaboração de políticas públicas para lidar com a potencial diminuição da saúde da população em um cenário de expansão do envelhecimento.

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