Igreja Universal nega que retirava R$ 700 milhões por ano ilegalmente de Angola

Igreja Universal do Reino de Deus. Foto: Divulgação/Igreja Universal do Reino de Deus
A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada pelo bispo Edir Macedo, desmentiu as acusações de que teria lavado 120 milhões de dólares (700 milhões de reais) por ano em Angola, na África. A defesa ocorre após denúncia de bispos locais a autoridades do país. As informações são do portal Uol.
– É totalmente falsa esta questão. É totalmente sem fundamento. Isto é uma versão levantada por estes ex-pastores e pastores de dissidências com o objetivo de tomar a igreja. Eles criaram a sua versão a fim de tomar a igreja, uma vez que é um crime. Todas as ofertas da igreja são totalmente declaradas aqui, para o Estado, e a esta versão que os dissidentes levantaram é totalmente infundada – declarou a IURD, acrescentando ainda que a liberdade religiosa está “em risco” em Angola.
As suspeitas de irregularidades no país africano surgiram há alguns meses, mas esta é a primeira vez que as denúncias trazem detalhes sobre o caso. De acordo com os bispos, a operação estaria ocorrendo há 11 anos, desde que a igreja se instalou no país. Nesse período, a cada três meses, 30 milhões de dólares eram supostamente levados das igrejas locais para a sede da RecordTV, em Luanda, e dali para a Europa ou o Brasil.
Segundo os bispos, o responsável pela operação seria o ex-diretor da emissora, Fernando Henriques Teixeira. O jato particular de Edir Macedo teria sido usado por diversas vezes no transporte de valores para Portugal.
O caso levou Teixeira e outros aliados do bispo Macedo a virarem réus na Angola por lavagem de dinheiro e associação criminosa. O julgamento está previsto para começar nesta quinta-feira (18). Entre os outros réus estão Honorilton Gonçalves, ex-vice-presidente da Record TV no Brasil e líder da Universal em Angola; Valdir de Sousa dos Santos, pastor da IURD; Antônio Pedro Correia da Silva, ex-representante legal da igreja e da emissora no país africano.
Os bispos angolanos também divulgaram um manifesto acusando o comando da igreja de evasão de divisas e de expatriação ilícita de capital, racismo, discriminação, abuso de autoridade, além de imposição de vasectomia aos pastores e intromissão na vida conjugal deles.