Investidores estão ficando mais otimistas com o Brasil, diz Economist

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Lula e Fernando Haddad. Foto: Ricardo Stuckert/PT

Por Juliana Elias

Passados os primeiros seis meses do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil vê o otimismo de investidores globais com o país crescer, apesar da desconfiança inicial.

A análise é da revista britânica The Economist, que publicou na quarta-feira (2/8) um artigo intitulado “Investidores estão cada vez mais otimistas com a economia do Brasil”.

Entre os fatores mencionados pela publicação, estão um “ministro da Fazenda eficiente”, em menção à aprovação crescente de investidores a Fernando Haddad, o avanço das reformas tributária e fiscal que o próprio Haddad ajudou a emplacar e, também, um pouco de sorte — já que “a melhora da riqueza no Brasil é, em parte, resultado de coisas que fogem do controle de Lula”.

Entre esses fatores externos, a revista menciona o aumento global do preço de alimentos exportados pelo Brasil, como a soja, e até mesmo reformas feitas pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro, caso do projeto de 2021 que consolidou a autonomia do Banco Central (BC) no país.

“As exportações de soja, sozinhas, podem responder por um quinto do crescimento econômico deste ano“, diz o texto.

“Também ajuda o fato de que o Banco Central do Brasil é independente. (…) Lula culpa [Roberto Campos] Neto [presidente do BC] por prejudicar a economia ao manter os juros em 13,75%, um dos mais altos do mundo. Mas a política do banco parecem ter compensado. A inflação anual caiu de 12% em abril do ano passado para 3,2% hoje.”

Avaliação melhor

Entre os sinais desse crescente otimismo, a Economist cita a recente elevação na nota de crédito do Brasil pela agência Fitch – “o primeiro desde que o país foi rebaixado em 2018” -, o crescimento de investimentos estrangeiros no Brasil e a também a melhora na aprovação do governo e de Haddad medida por pesquisas.

“Havia muito pessimismo entre os nossos clientes [no início do ano], e agora muitos deles veem alguns anos de bonança à frente”, disse à reportagem o economista brasileiro Felipe Salto, da gestora Warren.

Haddad e reformas

“Várias políticas do governo Lula também animaram os investidores”, diz o texto da Economist.

“Muitos economistas creditam a Fernando Haddad, ministro da Fazenda, grande parte do otimismo. É ele que está por trás das duas grandes reformas que podem ajudar a estabilizar o Brasil.”

Sobre o novo marco fiscal, já aprovado no Congresso e aguardando a última apreciação dos deputados, a Economist diz que o projeto deve “substituir um teto de gasto rígido, que foi repetidamente furado, por uma regra flexível” e que tende, “ao longo do tempo, a estabilizar a dívida pública do Brasil”.

Quanto à reforma tributária, a publicação diz que ela é “muito necessária” e destaca a complexidade do sistema atual.

“Atualmente, o governo federal, os 27 estados e os mais de 5.000 municípios definem seus próprios tributos. Em 2019, o Banco Mundial estimou que as empresas perdem 1.500 horas por ano para cumprir a legislação tributária brasileira, comparado a uma média mundial de 233 horas.”

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