Líder do MST pede ao papa Francisco apoio a Haddad para taxação de super-ricos

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Papa Francisco abençoa bandeira do MST entregue por João Pedro Stedile, dirigente do movimento, em Verona, na Itália - Reprodução

Em visita oficial ao papa Francisco na semana passada, o líder do MST, João Pedro Stedile, pediu que o pontífice declare, publicamente, apoio à proposta encampada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de taxar super-ricos como forma de acabar com a fome.

Na carta, Stedile fala em nome dos movimentos populares do Brasil, Argentina e demais países da América Latina.

“A proposta [de taxação de super-ricos] será apresentada em julho deste ano, no Rio de Janeiro, na reunião dos ministros de Economia do G20”, disse Stedile. “Se for aprovada, ela será apresentada aos presidentes em novembro.”

O líder dos Sem Terra afirma que os movimentos apoiam a iniciativa de Haddad, que tenta levar adiante a proposta de tributar super-ricos no G20, grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e a União Africana.

Como mostrou a Folha, a taxação de bilionários também é defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o combate à fome no mundo.

O plano prevê um imposto de 2% sobre o patrimônio de cerca de 3.000 pessoas que detêm mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,15 bilhões) —o que nas contas dele geraria uma receita de US$ 250 bilhões.

Stedile pede ainda que o papa apoie outra ideia —a adoção de um imposto comum de 15% sobre os ganhos anuais de todas as multinacionais do mundo.

“Este imposto significará mais de US$ 200 bilhões por ano. Seria administrado por um comitê nomeado pela ONU e supervisionado por organizações civis”, escreve Stedile.

A criação desse imposto não faz parte da proposta defendida por Haddad. O plano do governo brasileiro já enfrenta forte resistência dos EUA.

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