Lobista alvo da CPI vai à transição, encontra Alckmin e ninguém sabe como

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Marconny Albernaz de Faria e Geraldo Alckmin. Foto: Reprodução

Por Guilherme Amado

O advogado Marconny Albernaz de Faria, acusado na CPI da Pandemia de integrar uma organização criminosa para cometer fraudes na compra de vacinas, visitou esta semana o governo de transição e tirou foto com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. Mas nem Alckmin nem os responsáveis pelo acesso ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) souberam explicar como ele entrou ou o que foi fazer na transição.

Procurado, Alckmin informou não saber quem era Marconny e disse não se lembrar em que grupo que visitou a transição o lobista estava. Marconny tem contatos no Ministério da Saúde, mas, segundo a assessoria de imprensa do governo de transição, os integrantes do grupo de trabalho da Saúde também disseram não saber como ele teve acesso ao CCBB.

Marconny Albernaz é ligado a pessoas próximas a Jair Bolsonaro e foi apontado pela CPI da Pandemia como um lobista da Precisa Medicamentos, representante de um laboratório indiano que tentou vender a vacina Covaxin por R$ 1 bilhão ao governo. O advogado negou em depoimento à CPI que seja lobista.

A CPI também descobriu que Marconny se tornou um conselheiro de Jair Renan Bolsonaro, o quarto filho do presidente Jair Bolsonaro, na abertura de uma empresa de eventos. Jair Renan confirmou a relação de negócios com o lobista em um depoimento à Polícia Federal no inquérito que respondeu sobre tráfico de influência.

O advogado também é próximo a integrantes do Judiciário, e foi namorado da advogada Anna Carolina Noronha, filha do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio Noronha. No ano passado, a coluna mostrou uma troca de mensagens entre a advogada e o empresário, em que Ana Carolina conta ao então namorado que o pai teria defendido uma invasão ao Supremo Tribunal Federal. Noronha negou na ocasião que tenha dito isso.

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