Lula reclama com líderes aliados sobre fim das ‘saidinhas’: ‘Deixam o problema na minha mão’

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participa da cerimônia de lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no centro da cidade, em 11 de agosto de 2023. Foto: Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou com líderes aliados sobre a votação do projeto que acaba com as “saidinhas” de presídios.

Segundo interlocutores, o petista se queixou que a base aliada votou a favor da medida, no Senado, ou simbolicamente, na Câmara, para não enfrentar a direita e as redes sociais. Agora, Lula diz que o “pepino” ficou com ele, na hora de sancionar o projeto, com muita gente pedindo por um veto.

Para o presidente, seus líderes não tiveram coragem de enfrentar as críticas que viriam, e decidiram votar a favor de uma proposta sobre a qual muitos têm posição contrária.

A aprovação tanto no Senado como na Câmara ocorreu com ampla maioria, liderada pela ala conservadora do Legislativo, que é majoritária.

Segundo assessores, a tendência é o governo sancionar o projeto como foi aprovado, com um ou outro veto, sem atingir a proposta central aprovada pelo Congresso, de pôr fim às saidinhas.

A avaliação é que de não adiantará barrar a íntegra, porque um veto será derrubado pelo Congresso. Ou seja, Lula só se indisporia com boa parte de sua base aliada, sem ganhar nada, só perdendo.

PEC das drogas

Em breve, o governo deve sofrer uma outra derrota no Parlamento dentro da agenda conservadora: a PEC das drogas, que mantém como crime a posse e o porte de entorpecentes e alucinógenos.

Como política social, o governo defende a descriminalização, mas sabe que não tem votos dentro do Congresso para isso.

No STF, o julgamento do tema foi paralisado após um pedido de vista do ministro Dias Toffoli. A votação estava em 5 a 3 a favor da descriminalização e 8 a 0 pela definição de uma quantidade de maconha que diferencie usuário de traficante.

Ministros do Supremo alegam que, hoje, o jovem branco, da elite, não é preso, é considerado usuário, e acaba punido com penas alternativas. O jovem negro, da periferia, termina sempre sendo qualificado como traficante e vai preso.

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