Morte de ganhador da Mega-Sena: polícia aguarda quebras de sigilos bancário e telefônico para identificar suspeitos

0
GANHADOR DA MEGA SENA MORTO

Jonas Lucas ganhou R$ 47,1 milhões na Mega-Sena em 2020. Foto: Reprodução Facebook

A Polícia Civil aguarda quebras de sigilos bancário e telefônico para identificar suspeitos da morte de Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, ganhador de R$ 47,1 milhões da Mega-Sena em 2020 que foi abandonado com sinais de espancamento e veio a óbito no hospital em Hortolândia (SP). Até o momento ninguém foi preso.

Segundo a delegada Juliana Ricci, da Deic de Piracicaba (SP), identificar os donos das contas que receberam transferência de dinheiro da vítima está entre as principais linhas de investigação. Ela confirmou que a tentativa de saque de R$ 3 milhões foi feita via aplicativo de mensagens, e a Polícia Civil procura saber a origem desse telefone ou equipamento usado para a solicitação.

“A principal suspeita é de que os autores conheciam toda a rotina da vitima, tinham conhecimento dos hábitos. Não posso falar que eram próximas nem do círculo familiar, mas que sim, tinham conhecimento”, disse.

Câmeras de segurança:

Na coletiva desta sexta, a delegada informou que oito pessoas já prestaram depoimento, todas relacionadas ao núcleo próximo da vítima, como os irmãos e amigos, e que as informações obtidas com eles ajudam a polícia a trazer a rotina de Jonas, para auxiliar nas buscas por câmeras de segurança da região onde ele vivia.

Ricci confirmou que uma imagem obtida pela Polícia Civil mostraria o momento em que Jonas Lucas foi arrebatado por uma pessoa que estava de carro”, mas não soube precisar se outros veículos e quantas pessoas participaram da ação – as imagens não foram divulgadas.

Ainda de acordo com Ricci, nenhuma hipótese foi descartada, mas ela trabalha fortemente com a possibilidade do crime ser uma extorsão seguida de morte.

Durante a coletiva a delegada confirmou a informação de que haveria uma pessoa, que não era parente nem amigo próximo de Jonas Lucas, que teria solicitado empréstimo ao milionários e teve o pedido recusado. Ricci falou que isso está sendo apurado, mas que tudo era muito preliminar.

O corpo de Jonas Lucas foi velado e sepultado nesta sexta-feira (16), em uma cerimônia restrita para familiares e amigos, com cerca de 50 pessoas. Um ônibus levou parte dos vizinhos para o Cemitério da Saudade, em Sumaré (SP).

Depoimentos:

Considerado um homem simples, Jonas Lucas não tinha os pais vivos nem era casado, e morava com uma irmã e um irmão na mesma casa que tinham antes do prêmio da loteria, no Jardim Rosolém.

Segundo a delegada que cuida do caso, o núcleo familiar da vítima era formado por amigos e por isso as informações obtidas com eles são importantes para a investigação.

Ainda de acordo com Ricci, os dois homens ouvidos nesta quinta eram amigos de Jonas Lucas antes do prêmio da loteria, e firmaram sociedade após ele ficar milionário. Entretanto, a vítima havia deixado o negócio no início deste ano.

“Quisermos trazer os sócios que era pessoas próximas. Ele não tinha filhos, esposa. O núcleo familiar eram os amigos. Buscamos trazer as relações da vítima, e acredito que essas pessoas estão trazendo elementos importantes”, disse a delegada do DEIC.

Cortejo chega ao Cemitério da Saudade, em Sumaré (SP), para o sepultamento do corpo do ganhador da Mega-Sena assassinado em Hortolândia (SP) — Foto: Heitor Moreira

Sobre as imagens de câmeras de segurança da Rodovia dos Bandeirantes, onde Jonas Lucas foi abandonado pelos criminosos, a delegada informou que ainda não teve acesso e, por isso, não detalhou se seria possível identificar os suspeitos do crime.

Ricci afirmou apenas que diante de elementos já apurados na investigação, o ganhador da Mega teria ficado cerca de 20 horas sob poder dos criminosos.

Teria sido nesse período que, com uso de um celular que não era da vítima, que os criminosos tentaram sacar R$ 3 milhões da conta mandando mensagem para a gerente da vítima. Segundo Ricci, eles teriam obtido o contato da profissional justamente por ter “Jonas subjulgado”.

Investigações:

A delegada disse que a Polícia Civil aguarda imagens da agência onde os criminosos teriam efetivado os saques com a vítima. Além disso, informou que a investigação teve acesso às contas que tentaram movimentar valores do milionário – uma delas seria conta de pessoa jurídica.

Juliana Ricci reforçou acreditar que a ou as pessoas envolvidas no crime sabiam da rotina e da condição financeira de Jonas Lucas, e que o crime não foi casual. Mais detalhes não foram fornecidos para não atrapalhar as investigações.

O crime:

A advogada da família relatou à polícia que a vítima havia levado apenas carteira e documentos para a caminhada. Ao final do dia, como não foi mais possível contatá-lo, familiares registraram ocorrência de desaparecimento na delegacia eletrônica. Depois de ser encontrado, o homem foi socorrido pelo resgate da concessionária Autoban ao Hospital Mário Covas, mas não resistiu.

O médico da unidade que atendeu Jonas Lucas atestou traumatismo cranioencefálico como causa da morte. A Polícia Civil tenta descobrir como e quando foi a abordagem, além de quantas pessoas estão envolvidas.

About Author

Compartilhar

Deixe um comentário...