Netanyahu demite ministro da Defesa após meses de brigas públicas
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, demitiu na terça-feira (5) o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant. O cargo será assumido pelo atual titular das Relações Exteriores, Israel Katz —que, por sua vez, cede a chancelaria para Gideon Sa’ar.
As mudanças, que já eram aventadas pela imprensa local desde setembro, ocorrem após meses de rusgas públicas entre o líder e Gallant, um militar aposentado cujas posições moderadas vinham se chocando cada vez mais com a ultradireita que sustenta o governo.
O timing da decisão é suspeito, no entanto —ela foi anunciada na mesma data das eleições gerais nos Estados Unidos, afinal. Um funcionário da Casa Branca afirmou ao jornal Times of Israel que a sensação é de que o momento foi escolhido justamente para evitar uma reação por parte dos americanos, os maiores aliados do Estado judeu.
Em um vídeo compartilhado por seu gabinete, Netanyahu creditou sua decisão a “lacunas significativas na condução” do conflito na Faixa de Gaza. “Em meio a uma guerra, é necessário total confiança entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa. Nos últimos meses, essa confiança […] foi prejudicada”, disse.
Gallant, cujo mandato termina oficialmente nesta quinta-feira (7), fez uma publicação no X minutos depois do anúncio. Ele não tenha comentou a demissão diretamente, afirmando apenas que a “segurança do Estado de Israel foi e sempre será a minha missão de vida”.
Figuras da oposição, por outro lado, rapidamente convocaram a população a ir às ruas para protestar contra a demissão, e por volta das 21h desta terça (16h em Brasília) a imprensa local indicava a presença de milhares de pessoas nas ruas da capital, Tel Aviv, além de grupos menores em outras partes do país.