Rússia ensaiou usar armas nucleares em eventual conflito com a China, diz jornal

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Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Foto: EFE/EPA/Mikhail Metzel / Sputnik / Kremlin

por Max Seddon e Chris Cook

As forças de Vladimir Putin ensaiaram o uso de armas nucleares táticas em um estágio inicial de um hipotético conflito com uma potência mundial, de acordo com arquivos militares russos que vazaram e que incluem cenários de treinamento para uma invasão promovida pela China.

Os documentos confidenciais, vistos pelo Financial Times, descrevem um limiar para o uso de armas nucleares táticas menor do que a Rússia já admitiu publicamente, de acordo com especialistas que analisaram os documentos.

O material consiste em 29 arquivos militares secretos russos elaborados de 2008 a 2014, incluindo cenários para simulações de guerra e apresentações para oficiais navais, que discutem princípios operacionais para o uso de armas nucleares.

Os critérios para uma possível resposta nuclear variam de uma incursão inimiga no território russo a gatilhos mais específicos, como a destruição de 20% dos submarinos de mísseis balísticos estratégicos da Rússia.

“É a primeira vez que vemos documentos como esses serem divulgados em domínio público”, disse Alexander Gabuev, diretor do Carnegie Russia Eurasia Center em Berlim. “Eles mostram que o limiar operacional para o uso de armas nucleares é bastante baixo se o resultado desejado não puder ser alcançado por meios convencionais.”

As armas nucleares táticas da Rússia, que podem ser lançadas por mísseis terrestres ou marítimos ou por aeronaves, são projetadas para uso limitado no campo de batalha na Europa e na Ásia, em oposição às armas “estratégicas” maiores, que são destinadas a atingir os EUA.

As ogivas táticas modernas ainda podem liberar muito mais energia do que as armas lançadas em Nagasaki e Hiroshima em 1945.

Embora os arquivos tenham dez anos ou mais, os especialistas afirmam que eles continuam relevantes para a doutrina militar russa atual. Os documentos foram mostrados ao FT por fontes ocidentais.

 

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