Navalny foi torturado por 3 dias a pedido de Putin, diz porta-voz; funeral de opositor russo será em 1º de março

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Alexei Navalny é visto em video link durante audiência em Moscou 26/4/2023 REUTERS/Yulia Morozova

A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, usou as redes sociais na quarta-feira (28) para informar que o opositor russo foi torturado por 3 dias, a pedido do presidente russo, Vladimir Putin. “Você não está lidando com um político, mas com um monstro sangrento”.

Navalny, de 47 anos, morreu em um presídio do Ártico, em 16 de fevereiro. A certidão de óbito diz que ele faleceu de causas naturais. Porém, aliados dele afirmam que ele foi assassinado pelo governo russo – o Kremlin nega.

Além disso, apoiadores afirmaram que os russos demoram para entregar o corpo aos familiares para esconder vestígios de assassinato – desde que os familiares viram Navalny, não foi confirmado se há vestígios do crime.

De todo modo, os Estados Unidos e a União Europeia culparam o governo de Vladimir Putin pela morte.

Colegas de Navalny declaram ainda que ele teria sido assassinado porque Putin não concordaria com uma suposta troca de prisioneiros que poderia acontecer. Maria Pevchikh, uma aliada do opositor russo, afirmou que ele poderia ser trocado por Vadim Krasikov, um assassino do serviço de segurança russo (FSB) que cumpre pena de prisão perpétua na Alemanha.

Enterro do opositor

Kira também postou no X que uma cerimônia para Navalny será realizada na sexta-feira às 14h (8h, de Brasília) na Igreja do Ícone da Mãe de Deus no distrito de Maryino, em Moscou, onde Navalny morava.

O corpo de Navalny será então enterrado no cemitério Borisovskoye, localizado do outro lado do rio Moskva, ao sul, disse Yarmysh.

Esses eventos, presididos por um padre e acompanhados por coral, geralmente permitem que as pessoas passem pelo caixão aberto do falecido para se despedir. A igreja ortodoxa russa escolhida é um imponente edifício branco em um subúrbio construído no sudeste de Moscou.

Não se sabe como as autoridades vão garantir o controle da multidão.

“O funeral será realizado depois de amanhã e ainda não tenho certeza se será pacífico ou se a polícia prenderá aqueles que forem se despedir do meu marido”, disse a esposa de Navalny, Yulia, em um discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo.

Nos últimos dias, os aliados de Navalny disseram que estava difícil encontrar um local na Rússia onde as pessoas pudessem prestar homenagens ao líder da oposição.

“Alguns lugares dizem que o espaço está ocupado, outros recusam a menção do nome ‘Navalny’. Num lugar [ainda], fomos informados que as agências funerárias estavam proibidas de trabalhar conosco”, declarou a porta-voz Kira.

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