Rússia usou milhões de dólares para influenciar democracias de outros países, diz jornal dos EUA
A Rússia enviou pelo menos US$ 300 milhões para partidos políticos de mais de 20 países desde 2014, de acordo com um relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos ao qual o jornal “The Washington Post” teve acesso.
Em uma reportagem publicada na terça-feira (13/9), o jornal afirma que o governo russo ainda tem planos para continuar a enviar dinheiro para enfraquecer sistemas democráticos ao redor do mundo e promover grupos políticos alinhados aos interesses russos.
O relatório foi encomendado pelo governo de Joe Biden. Um dirigente do governo que não quis se identificar afirmou ao jornal que decidiu-se revelar partes do relatório justamente para tentar atrapalhar os planos da Rússia de influenciar sistemas políticos de outros países. O texto do jornal afirma que nada é dito no relatório a respeito de atividades russas nos EUA (no entanto, a avaliação de agências de inteligência americanas e também do Senado é que os russos fizeram tentativas de interferência na campanha de 2016, quando Donald Trump foi eleito).
A ideia não é intimidar a própria Rússia, mas, sim, os partidos políticos de outros países, disse o dirigente de governo ao “Washington Post”.
Os países citados no texto são:
- Albânia
- Montenegro
- Madagascar
- Equador
Também há um país asiático, que não foi nomeado, onde o embaixador russo teria dado milhões de dólares, em notas, a um candidato presidencial.
O dirigente de governo também diz que os russos usam empresas fantasmas e “think tanks” (centros de estudo) de fachada para influenciar a direção políticas de outros países (eventualmente, a favor de grupos extremistas).
O Departamento de Estado (órgão equivalente ao Ministério de Relações Exteriores) enviou um comunicado na segunda-feira para embaixadas dos EUA em mais de cem países em que descrevem as atividades russas e sugerem formas como os americanos podem responder (eles citam formas de punir pessoas que podem ser espiões russos que financiam atividades políticas em outros países; esses supostos espiões podem ser sancionados, proibidos de viajar ou expulsos).
O texto cita alguns empresários russos (um deles é conhecido como “o chef de Putin” porque ganhou dinheiro com restaurantes que fornecem comida para órgãos governamentais da Rússia).