Saiba quem é o soldado de Israel alvo da Justiça do Brasil

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Yuval Vagdani

O soldado das Forças de Israel (FDI) alvo da Justiça do Brasil por supostos crimes de guerra deixou o país no domingo (5/11). Ele foi identificado como Yuval Vagdani, do 432º Batalhão das Brigadas Givati.

Antes de deixar o território nacional, ele foi alvo da Justiça local, que determinou a abertura de investigação pela Polícia Federal (PF) contra Vagdani. Osoldado israelense passava temporada de férias no Brasil. Registros mostram que ele estava em Morro de São Paulo, na Bahia, com amigos.

As informações constam nos autos judiciais do caso.

Segundo documento enviado pela Fundação Hind Rajab (HRF) à Justiça brasileira, Vagdani participou da demolição controlada de um quarteirão inteiro na região conhecida como corredor Netzarim, na Faixa de Gaza.

A organização, que atua internacionalmente denunciando crimes cometidos contra palestinos, alegou que a ação aconteceu fora de situação de combate e teve a “intenção deliberada de causar prejuízos indiscriminados à população civil” de Gaza.

Por meio de investigação feita com inteligência de fontes abertas, a HRF anexou uma série de imagens de redes sociais que comprovariam a participação de Vagdani na destruição do bairro, em Gaza, em novembro de 2024. O local tinha abrigos para palestinos deslocados por causa da guerra. A Faixa de Gaza é o enclave do conflito entre Israel e Hamas e vive crise humanitária devido ao confronto.

Dias antes da demolição, o soldado das FDI publicou vídeo no Instagram com imagens do corredor Netzarim. Na legenda da postagem, Vagdani escreveu: “Que possamos continuar destruindo e esmagando este lugar imundo, sem pausa, até os seus alicerces”.

Em outra publicação, obtida por meio do perfil de um outro soldado que também atuou na região, Vagdani posa em frente a escombros de imóveis na área, enquanto explosivos eram instalados para a demolição controlada.

Embaixada de Israel se pronuncia sobre ação contra soldado em férias

A Embaixada de Israel em Brasília se manifestou, no domingo (5/1), sobre a determinação da Justiça Federal para a Polícia Federal (PF) investigar um soldado de Israel em férias no Brasil que teria cometido crimes de guerra na Faixa de Gaza, durante o enfrentamento israelense ao Hamas. O militar foi alertado pelo governo de seu país e deixou o Brasil.

A representação de Israel argumentou que o país “está exercendo seu direito à autodefesa após o massacre brutal cometido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023” e que “todas as operações militares em Gaza são conduzidas em total conformidade com o direito internacional”.

Para a embaixada, “os verdadeiros perpetradores de crimes de guerra são as organizações terroristas, que exploram populações civis como escudos humanos e utilizam hospitais e instalações internacionais como infraestrutura para atos de terrorismo direcionados a cidadãos israelenses”.

Ainda por meio de nota, a Embaixada de Israel afirmou que o país está comprometido em facilitar e garantir a transferência de ajuda humanitária para Gaza. “Essa ajuda é entregue diretamente através das fronteiras de Israel, em coordenação com as autoridades relevantes.”

No documento, ainda é dito que, “por mais de duas décadas, uma campanha global tem como alvo Israel e os soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF), usando denúncias legais para avançar objetivos políticos. Notavelmente, em março de 2023, antes do conflito atual, autoridades do Hamas reconheceram abertamente em uma conferência em Gaza o uso estratégico de artifícios legais para promover os objetivos da organização”.

A consideração é de que o “peticionário representa uma organização estrangeira e está explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal”.

 

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