Saída de Cristiano Ronaldo deve aliviar contas da Juventus

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O retorno do craque Cristiano Ronaldo ao Manchester United marcou a movimentada janela de transferências da Europa neste meio de ano

O retorno do craque Cristiano Ronaldo ao Manchester United marcou a movimentada janela de transferências da Europa neste meio de ano, que também teve a ida de Lionel Messi para o Paris Saint-Germain.

A Velha Senhora embolsou 15 milhões de euros (cerca de R$ 92 milhões) pela venda do astro ao United, além da possibilidade de receber mais 8 milhões de euros (R$ 49 milhões) em bônus.

Em comunicado, a Juve também informou que a saída de CR7 gerou um impacto negativo no exercício financeiro da temporada 2020/21 de 14 milhões de euros.

Cristiano Ronaldo estava no clube italiano desde a temporada 2018/19, quando seu faturamento saltou de 400 milhões para 464 milhões. Ao mesmo tempo, no entanto, os custos de arcar com um craque desse quilate pesaram no balanço da Velha Senhora, especialmente após o início da pandemia de Covid-19, que derrubou a arrecadação com vendas de ingressos e direitos de transmissão – a Juventus gastava mais de 300 milhões de euros por ano apenas em salários.

O clube ainda fechou os dois últimos balanços financeiros no vermelho (6,8 milhões e 13,5 milhões em prejuízos), apesar de um aumento de capital logo após a chegada de CR7, sendo que outro, de até 400 milhões de euros, já está programado.

O objetivo da medida é obter mais dinheiro com os acionistas para reforçar o caixa contra os efeitos econômicos causados pela pandemia do novo coronavírus.

“O aumento de capital, associado à redução de gastos com CR7 e a estratégia de formar um elenco mais jovem sob o comando de um treinador experiente como Allegri tende a significar um freio no ímpeto do clube. Ainda que possua estrelas como a dupla de zaga [Chiellini e Bonucci], De Ligt, Chiesa, Dybala, a equipe passa a ser mais uma a competir na Série A”, explica o economista Cesar Grafietti, em entrevista à ANSA.

A Juve desembolsava quase 90 milhões de euros por ano somente com Cristiano Ronaldo, entre salários e amortizações, o que “forçou” o clube a operar no mercado nos últimos anos de maneira mais cuidadosa, fazendo menos investimentos e apostando em contratações sem custos (Aaron Ramsey, Adrien Rabiot e Emre Can), porém muitas delas com salários altíssimos.

“Positivamente, o clube recebe um valor pela transferência [de CR7] agora e uma parte a ser paga de acordo com o desempenho, mas é preciso ponderar que o clube deixa de pagar 57 milhões de euros de salário bruto na temporada, então isso gera um saldo positivo bastante significativo”, explicou Grafietti.

A Juventus de Massimiliano Allegri não começou a temporada da melhor maneira, tendo perdido em casa para o recém-promovido Empoli e somando apenas um ponto em dois jogos na Série A.

Sem o astro português, a Juve deve passar do habitual 4-3-3 para um 4-2-3-1, de forma a aproveitar ao máximo as características das atuais peças do elenco. Federico Chiesa e Moise Kean devem ser titulares pelas pontas, com Dejan Kulusevski e Federico Bernardeschi como alternativas.

O homem de referência do ataque dessa nova Juve poderá ser Álvaro Morata, enquanto que o protagonismo da equipe cairá no colo do meia-atacante Paulo Dybala. O argentino precisará dar um salto definitivo de qualidade para assumir o legado de CR7 e tentar levar a Velha Senhora às glórias. (ANSA).

Mary Simon

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