Vendas de veículos têm o pior março em 18 anos

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© Werther Santana/Estadão. Venda de veículos em março foi 13,6% melhor que em fevereiro

As vendas de veículos novos tiveram o terceiro mês seguido de alta em março mas, na comparação com igual período de 2021 houve queda de 22,5%. Foi o pior março em 18 anos, com um total de 146,8 mil automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos. Já na comparação com fevereiro houve alta de 13,6%.

A combinação de falta de componentes para a produção, aumento de preços e juros elevados segue minando a expectativa de recuperação do setor esperada para este ano. No primeiro trimestre foram comercializados 402,6 mil veículos, 23,7% menos em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados preliminares obtidos com fontes do mercado.

Na comparação com o período pré-pandemia, de janeiro a março de 2020, a queda é de 27,8%. Já em contraponto a 2019, quando não havia nenhum caos sanitário no País, o recuo é de 33,7%. O segmento de automóveis e veículos comerciais leves segue puxando os números para baixo, já que o de caminhões mantém trajetória de crescimento.

Só em veículos leves foram vendidas 135,6 mil unidades em março e 376,4 mil no trimestre, volume 25% inferior ao de 2021 e de 29% ante 2020. Os dados oficiais serão divulgados pela Fenabrave (associação das concessionárias) no dia 5 e pela Anfavea (associação das montadoras) no dia 8.

OS MAIS VENDIDOS

A Fiat segue como a marca que mais vende carros e picapes no País, com 79,1 mil unidades no acumulado do ano. A General Motors vem se firmando no segundo lugar reconquistado após ter despencado em vendas por ter mantido uma de suas fábricas fechadas por quase cinco meses no ano passado em razão da falta de semicondutores. Neste ano, a marca vendeu 50,2 mil unidades.

Em terceiro lugar está a Toyota, com a venda de 40,5 mil automóveis e comerciais leves, seguida por Hyundai, com 40,4 mil e, em quinto, a Volkswagen, com 38,3 mil. A picape Fiat Strada também segue no topo da lista de vendas, com 21,7 mil unidades de janeiro a maio. Na sequência estão Hyundai HB20 (18,7 mil), Chevrolet Onix (17,3 mil), Volkswagen T-Cross (15,6 mil) e Jeep Compass (14,2 mil).

PARADAS NA PRODUÇÃO

Como era previsto, a falta de componentes eletrônicos, em especial semicondutores, segue obrigando as fábricas a suspenderem a produção para evitar veículos incompletos nos pátios. A Renault vai dispensar o pessoal das linhas de montagem de São José dos Pinhais (PR) durante toda a próxima semana.

A Scania deu folga aos trabalhadores de São Bernardo do Campo (SP) nesta sexta-feira, 1º, na segunda-feira, 4, e no dia 11. Na Mercedes-Benz, também de São Bernardo, 600 funcionários retornaram de férias coletivas no último dia 28 e outros 600 ficarão fora da fábrica até dia 8. A Toyota interrompeu a produção nas fábricas de Indaiatuba e Sorocaba (SP) por dois dias em meados de março.

Na Volkswagen, a equipe do segundo turno da unidade de Taubaté (SP) que estava em lay-off (dispensa temporária) volta ao trabalho na segunda-feira, mas a montadora já avalia suspender temporariamente os contratos de outra turma em São José dos Pinhais.

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