Youtuber é preso após simular um assalto e mobilizar polícia

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Jonatan Santos. Foto: Reprodução

Por Lucas Dias

Na quarta-feira (18), um jovem de 28 anos foi preso em flagrante acusado de simular um assalto nas vias públicas de Balneário Camboriú (SC) a fim de gravar para o seu canal no YouTube. O caso assustou moradores e mobilizou todas as viaturas e motocicletas do 12º Batalhão da Polícia Militar, e até mesmo um helicóptero Águia 07.

O rapaz foi identificado como Jonatan Santos; ele possui cerca de 3,5 milhões de inscritos em seu canal.

Em pânico, os moradores que estavam presentes durante as filmagens ligaram para a polícia relatando que os homens estariam apontando uma arma para os civis e ordenando que deixassem o local. Os supostos criminosos teriam escapado em uma caminhonete Ranger.

Para cumprir com a ocorrência, os policiais furaram os sinas vermelhos, trafegaram na contramão e até deixaram de atender outros chamados.

– Depois de pelo menos 30 minutos de intensas buscas pelas equipes, com sobrevoo da aeronave Águia 07 pela região e também mobilização das equipes policiais de Itapema e Itajaí, que passaram a realizar barreiras na BR 101, para evitar possível fuga, foi possível encontrar a referida caminhonete estacionada em uma residência – disse a Polícia Militar, em nota, segundo informações da CNN.

Após ser abordado, o morador da casa justificou ser youtuber e que as armas eram falsas. Ele disse ainda que não sabia que era necessário ter as autorizações da Prefeitura para fazer tais gravações em vias públicas.

Por fim, Jonatan foi preso por ameaça e contravenção penal de perturbação do trabalho ou sossego alheios, além de atentar contra o serviço policial, podendo pegar cinco anos de detenção.

O que diz a lei

Advogado criminalista Guilherme Silva Araujo explica que não há previsão expressa na legislação de que gravações do tipo devam ser autorizadas por órgãos de segurança, mas que alguns cuidados devem ser tomados.

“É recomendável que haja a comunicação do comandante de policiamento ostensivo e do delegado de polícia da região onde será gravada a cena, de preferência por escrito, para evitar que as forças policiais sejam mobilizadas de forma desnecessária com a encenação”.

Ele complementa que é importante que a cena não envolva pessoas externas, sem conhecimento do que está acontecendo, sob pena de se instaurar situação de pânico.

“Os envolvidos não deverão responder pelos delitos vinculado à conduta simulada, tais como roubo ou mesmo porte de arma de fogo”, explica. De acordo com o especialista, poderão ser responsabilizados “por outros crimes gerados pela conduta”, explica.

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