Bisavó de criança espancada e atirada na parede por padrasto pede que neta seja condenada

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Menino de dois anos espancado pelo padrasto e internado em Santos (SP) saiu do coma. Bisavó do menino deseja ver a neta condenada — Foto: Arquivo pessoal/TV Tribuna

A bisavó da criança de dois anos que foi espancada pelo padrasto em São Vicente, no litoral de São Paulo, quer ver a neta condenada. Ao site g1, a avó de Ana Beatriz Morais de Oliveira, de 22 anos, contou sobre o histórico conturbado dela com a família. “Que ela vá a júri popular, que ela pague”.

A jovem foi presa depois que o namorado, de 18, confessou ter espancado e atirado o filho dela contra a parede. O casal levou a criança até o Hospital Vicentino na madrugada da segunda-feira passada (1º), mas, ao suspeitar de maus-tratos, a equipe médica acionou a Polícia Militar.

Como ainda era menor de idade, quando cometeu o crime, o adolescente foi apreendido por ato infracional. “Ele [adolescente] é errado? Ele é um criminoso? Ele é. Mas ela é mais criminosa que ele, porque consentiu”, disse a idosa, que preferiu não se identificar.

Devido às fraturas na cabeça e outras lesões, o menino sofreu um traumatismo cranioencefálico grave e entrou em coma induzido na Santa Casa de Santos. A aposentada informou, porém, que o menino melhorou e já saiu do coma.

Relação familiar conturbada

Mãe da criança, Ana Beatriz estava em liberdade provisória por furtar lojas em Santos (SP). Ela foi presa em flagrante com mais duas pessoas em 26 de fevereiro de 2024. Na ocasião, PMs viram um homem com um cigarro de maconha acompanhado de duas mulheres com sacolas com doces e outros produtos — não especificados.

Segundo a avó da presa, elas moraram juntas por um tempo, mas a convivência não deu certo. A idosa recordou que mandou a neta embora de casa há cinco anos. Na ocasião, de acordo com a familiar, foi ameaçada por Ana Beatriz.

“Ela [neta] foi bem criada, mas jogou fora todas as oportunidades que ela teve na vida. Então, quando ela começou a pisar na bola, se enveredar por um caminho que não era legal, a gente excluiu ela da família”, contou.

Ana não tinha muito contato com os familiares maternos, mas os dois filhos dela – o menino de dois anos que está internado e a irmã dele, de três, ambos do mesmo pai – conviviam ocasionalmente com a avó e os bisavós. Quando a jovem foi presa, a mãe dela recebeu a guarda provisória do neto.

‘Arrebentou o menino todinho’

O relatório médico preliminar apontou afundamento de crânio, hematomas generalizados no rosto e outros ferimentos. Ele recebeu um diagnóstico de traumatismo cranioencefálico grave.

“Suspeita-se que eles agrediram a criança. Porque, na verdade, ele chegou lá soltando sangue pelo nariz, com metade do crânio fraturado, disse Victorya Santana, advogada do pai da vítima.

Segundo a avó da presa, a investigação mostrou que o bisneto tinha duas marcas de mãos nas laterais do corpo. Além dos traumas na região da cabeça, ele teve a mandíbula fraturada e vários machucados: “Ele [criança] tem marca da cabeça até o dedão do pé”, lamentou.

A aposentada disse que o agressor “arrebentou o menino todinho”. A idosa ressaltou que a filha – mãe da jovem – está recebendo suporte psicológico porque ficou em choque com a situação.

As duas desejam estabelecer uma convivência amigável com o pai do pequeno, que atualmente já cuida da outra filha, também fruto do relacionamento com Ana Beatriz.

“Quando você perde o sentimento por um familiar seu, é porque esse familiar fez algo que te deixou arrasado como ela nos arrasou […]. O nosso foco agora é fazer com que ela vá a júri popular, que ela seja condenada, que ela pague”, acrescentou.

O caso

O adolescente foi apreendido após confessar ter agredido com socos e atirado a criança contra a parede no bairro Vila Margarida, em São Vicente, porque a criança estava chorando.

Ao site g1, a advogada do pai da criança, Victorya Santana, contou que, no Hospital Vicentino, a mãe alegou à equipe médica que o filho havia caído da cama enquanto brincava com a irmã.

Ainda de acordo com Victorya, os médicos acionaram a PM logo após os relatos do casal, pois, segundo os profissionais, a versão apresentada não condizia com as lesões no corpo do menino.

De acordo com o boletim de ocorrência (BO), o adolescente fugiu da unidade de saúde, mas foi encontrado na subida do viaduto Mário Covas por uma policial que foi avisada sobre o caso.

Processo desmembrado

De acordo com a advogada Victorya Santana, o processo foi desmembrado pelo fato de o adolescente ser menor de idade. Na prática, a mãe da criança será apresentada a um juiz da Vara Criminal, enquanto o infrator será apresentado à Vara da Infância e da Juventude.

O Ministério Público representou pela preventiva de ambos, que seguem detidos por tempo indeterminado. Segundo a profissional, foi possível juntar aos autos imagens de como o garoto chegou ao hospital para comprovar o envolvimento do casal no crime.

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