“Cheguei constitucionalmente ao poder”, afirma Michel Temer

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Michel Temer. Foto: Reprodução

Por Marcos Melo

Na sexta-feira (3), o ex-presidente Michel Temer defendeu medidas que, segundo ele, afastariam a instabilidade política do Brasil. Ele declarou que, nos últimos anos, “impedimento virou moda” no país.

O emedebista afirmou ainda que o sistema político brasileiro é de uma “instabilidade extraordinária” e relembrou o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), que o levou a chefiar o Planalto em 2016.

– Cheguei constitucionalmente ao poder. (…) Mas [impeachment] é um trauma institucional, nós precisamos acabar com os traumas institucionais – comentou.

O ex-presidente defendeu a adoção do semipresidencialismo no Brasil. A migração para esse sistema político é recorrente em seus discursos e tem adeptos também no Supremo Tribunal Federal. A ideia é reduzir o número de partidos políticos no Congresso e se aproximar do parlamentarismo de alguns países europeus.

Segundo o ex-presidente, o semipresidencialismo é garantia de “tranquilidade absoluta” para os países que o adotam. Fazendo um paralelo com a Revolução dos Cravos, de Portugal, o emedebista afirmou que no Brasil se distribuem “espinhos” e que é necessária uma “Revolução das Rosas”.

– Precisamos olhar para a frente e distribuir flores.

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Temer promoveu um “golpe” ao assumir o lugar de Dilma no Planalto. Em resposta pública, o ex-presidente afirmou que Lula mantém os pés no palanque.

Nesta sexta, a jornalistas, o emedebista afirmou que hesitava em responder à narrativa petista de “golpe”, mas que o fez porque, desta vez, Lula o chamou de golpista na Argentina, onde Temer é conhecido.

Temer participa do Brazil Conference Lisboa, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais. Os ministros do STF Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski também estão presentes, além do ministro-chefe do TCU, Bruno Dantas. O ministro Alexandre de Moraes também participaria do encontro, mas cancelou na última quinta-feira alegando problemas de agenda.

Os ataques do 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, em Brasília, têm sido repudiados ao longo de todas as palestras. A sustentabilidade da democracia e a força das instituições foi destaque na fala dos ministros do STF.

Em tom duro, Gilmar Mendes afirmou que as instituições se tornaram alvo do fanatismo político, alimentado pela desinformação.

*AE

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