Conselheiro tutelar suspeito de estuprar adolescentes teria levado 2ª vítima para motel e mostrado produtos eróticos, diz advogado

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delegacia de guarabira

Delegacia de Guarabira, no Brejo da Paraíba — Foto: Divulgação/Assessoria de Comunicação da Polícia Civil da Paraíba

Uma nova vítima denunciou ter sido vítima de estupro pelo conselheiro tutelar de Mulungu, Agreste da Paraíba, de 48 anos. A adolescente, de 15 anos, denunciou à Polícia Civil que o conselheiro tutelar teria mostrado vídeos pornográficos, brinquedos sexuais e até levado ela até um motel, em 30 de junho de 2023. A primeira denúncia contra o suspeito foi de uma adolescente de 13 anos.

De acordo com o advogado da vítima, Renato Santos, em 30 de junho de 2023, o suspeito teria levado a vítima, que na época tinha 13 anos de idade, para uma gincana escolar em uma escola particular da cidade de Guarabira. A vítima mora em Gurinhém. E no trajeto entre a casa dessa vítima até o colégio o suspeito praticou a tentativa de estupro.

“Ela foi constrangida a assistir vídeos pornográficos, vídeos sexuais, e o agressor tentou, de todas as formas, que ela [vítima], pegasse nas partes íntimas dele, apresentou conversas de cunho sexual, mostrou para ela brinquedos sexuais que seriam utilizados com ela. Levou para o motel, apenas não entraram, na ocasião ela ameaçou pular do veículo caso ele continuasse insistindo nessa tentativa de que ela tivesse essa relação carnal, e essa menor não denunciou na época dos fatos. Ela teve a coragem, junto da família, de denunciar o caso”, explicou a defesa.

A vítima teria contado toda essa situação para uma amiga na escola, e as amigas se reuniram e aconselharam a vítima a contar esses fatos para a direção do colégio.

Ainda segundo o advogado Renato Santos, a vítima compareceu a delegacia para denunciar, acompanhada da mãe, pois sentiu segurança a partir da denúncia da primeira vítima. O modus operandi do suspeito é similar em ambos os casos. Nesse segundo caso, ocorrido em 30 de junho de 2023, o suspeito levou a vítima para a escola em um carro pequeno, não indo na van escolar, como padrão.

A defesa também explicou que a vítima contou à mãe sobre as investidas do suspeito e resolveram não denunciar o caso à polícia por receio do que o seu companheiro, pai da segunda vítima, poderia fazer. O suspeito de estuprar a vítima é primo da mãe dela.

A defesa do suspeito informou que “até o momento não tem nenhum novo relato ou fato novo que ateste que ele esteja relacionado“. A defesa disse, ainda, que em um novo caso deverá ser submetido a investigação.

Reação da família da primeira vítima

O pai da adolescente de 13 anos que denunciou ter sido vítima de abuso, no Agreste paraibano, disse que está tendo dificuldades para dormir. Ele preferiu não ter a identidade revelada e conversou com a TV Cabo Branco sobre como está sendo para a família desde o ocorrido. “Não sei o que é dormir praticamente”, revelou. Ele também disse que não conseguiu presenciar o depoimento da filha por completo.

À TV Cabo Branco, a defesa do suspeito disse que espera provar a inocência dele.

Conselheiro não foi afastado das funções

O conselheiro tutelar e motorista de van escolar suspeito de abusar sexualmente uma adolescente de 13 anos no trajeto em que buscava a vítima em casa e a deixava na escola não foi afastado de suas funções enquanto conselheiro no município de Mulungu, no Agreste paraibano. A informação foi confirmada pelo Conselho Tutelar de Mulungu.

Ele chegou a ser preso, mas, após audiência de custódia, foi liberado para responder ao processo em liberdade. O inquérito policial foi enviado para o poder judiciário, que aguarda a denúncia por parte do Ministério Público da Paraíba (MPPB). A Polícia Civil ainda investiga se houve outras vítimas do motorista.

O Conselho Tutelar de Mulungu explicou que tomou conhecimento do fato de forma informal, procurou o Ministério Público da Paraíba (MPPB) para obter orientações sobre como proceder com a situação, e o MPPB não aconselhou a suspensão do trabalho do conselheiro até uma definição por parte das investigações.

Relembre o caso

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito transportava a vítima, que mora em Gurinhém, até a escola, na cidade de Guarabira, também no Agreste paraibano, num trajeto de cerca de 40 km de distância. De acordo com as declarações prestadas pela vítima, o suspeito pedia para que a vítima o acariciasse. No trajeto, dentro da van, o suspeito passou a manter conversas de cunho sexual com a vítima e chegou até perguntar para a vítima se uma outra amiga dela, de 12 anos de idade, já havia feito alguma relação sexual.

Ele foi levado para uma unidade prisional, mas, após audiência de custódia, foi liberado para responder ao processo em liberdade. O inquérito policial foi enviado para o poder judiciário, que aguarda a denúncia por parte do Ministério Público da Paraíba (MPPB). A Polícia Civil ainda investiga se houve outras vítimas do motorista

A vítima foi ouvida por psicólogos e a Polícia Civil localizou o suspeito dentro da van, na cidade de Guarabira. Ele foi conduzido para a delegacia na mesma cidade, confessou que existiam as conversas num tom sexual, contudo negou que haveria existido qualquer ato concreto entre ele e a vítima.

O delegado Walter Brandão, que investiga o caso, explicou que a estudante, que era transportada na van, vinha sendo induzida a praticar ato libidinoso pelo motorista, o que configurou a prática de estupro de vulnerável.

“O motorista de transporte escolar, em sua própria van, induziu e envolveu a adolescente de 13 anos, naquele momento em que só os dois se encontravam para que a mesma praticasse ato libidinoso”, explicou o delegado Walter Brandão.

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