Cunhado de preso em operação na Codevasf é nomeado para o TRT

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Foto: Divulgação

Por Flávia Said

O presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou o cunhado de Eduardo José Barros Costa, empresário preso na última quarta-feira (20/7) na Operação Odoacro, para exercer o cargo de Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (TRT-22), com sede na cidade de Teresina (PI).

A operação investiga supostas fraudes em contratos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), órgão sob comando do Centrão.

Cunhado do empresário preso, Téssio da Silva Torres vai ocupar a vaga destinada a advogado, decorrente da aposentadoria do Juiz Wellington Jim Boavista. A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de quinta-feira (21/7).

Conhecido como Eduardo Imperador ou Eduardo DP, o empresário preso temporariamente pela Polícia Federal (PF) é apontado como sócio oculto da empreiteira Construservice. A PF cita Costa como cônjuge de Larissa Torres Costa, irmã do advogado que vai atuar no tribunal com sede em Teresina.

O novo desembargador também defende o empresário preso em pelo menos uma ação trabalhista no Maranhão. Neste mesmo caso, Torres é advogado da Construservice

A Codevasf foi entregue pelo presidente Bolsonaro ao Centrão, grupo coordenado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), em troca de apoio político no Congresso.

Em 2021, deputados e senadores destinaram o equivalente a 61% da dotação orçamentária total da estatal federal.

A Operação

Além da prisão preventiva, agentes cumpriram mandado de busca em apreensão na superintendência da Codevasf no Maranhão. Nos locais onde a PF esteve, foram apreendidos relógios de luxo e R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo. Além disso, a polícia encontrou relógios de luxo.

Dinheiro apreendido durante operação que apura fraudes na Codevasf, orgão sob o comando de entidades do chamado
Dinheiro apreendido durante operação que apura fraudes na Codevasf, órgão sob o comando de entidades do chamado
Dinheiro apreendido durante operação que apura fraudes na Codevasf, orgão sob o comando de entidades do chamado
Relógios de luxo apreendidos

As investigações apontam para a existência de um suposto esquema de lavagem de dinheiro, feito a partir do desvio de verbas públicas vindas de licitações fraudadas. O grupo criava empresas de fachada para concorrer a licitações e fazer da empreiteira investigada a vencedora de contratos milionários com a Codevasf.

O esquema operava pelo menos desde 2015. À época, a Polícia Civil identificou uma associação criminosa que desviava recursos públicos no município de Dom Pedro (MA). Segundo a PF, mesmo após a operação, o esquema cresceu e alterou a origem da verba, agora vinda de recursos federais.

“O líder desse grupo criminoso, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, ainda possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, utilizando-se desse instrumento para perpetrar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle”, diz a nota da PF.

No total, foram cumpridos 16 mandados de busca e um de prisão temporária. A operação foi deflagrada em São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas.

Os crimes investigados são fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

 

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