Defesa de Bolsonaro diz que apreensão de passaporte foi desnecessária e que ex-presidente não compactuou com golpe

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Ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reuters

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou comunicado na quinta-feira (8) em que afirma que ele não compactuou com o golpe.

No texto, os advogados dizem também que a apreensão do passaporte do ex-presidente foi uma medida “absolutamente desnecessária”.

O documento é assinado pelos advogados Paulo Amador Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten.

“O ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”, diz um dos trechos do comunicado.

A operação da Polícia Federal deflagrada na quinta (8) investiga a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo com a derrota nas eleições de 2022.

Uma das medidas cautelares tomadas foi a apreensão do passaporte do ex-presidente, que foi encontrado no escritório dele na sede do PL, em Brasília, onde os agentes cumpriam um mandado de busca e apreensão.

“A medida se mostra absolutamente desnecessária e afastada dos requisitos legais e fáticos que visam garantir a ordem pública e o regular andamento da investigação, os quais sempre foram respeitados”, prossegue a nota.

Ainda sobre o passaporte, a defesa citou que apreensão do documento aconteceu mesmo diante da “voluntariedade e disponibilidade” de Bolsonaro em comparecer às convocações feitas por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação desta quinta foi autorizada por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que também mandou que Bolsonaro não faça contato com os investigados. Algo que a defesa disse que ele vai cumprir.

Para a defesa, o ex-presidente vem sendo alvo, desde março, de várias ações que têm “narrativas distorcidas de elementos” que sustentem as suspeitas dirigidas a ele.

Leia o comunicado da defesa na íntegra abaixo:

“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro, diante das medidas cautelares deflagradas nesta data, e que contemplaram, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos, vem manifestar sua indignação e inconformismo. O ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam. A despeito disso, desde março vem sendo alvo de repetidos procedimentos, que insistem em uma narrativa divorciada de quaisquer elementos que amparassem as graves suspeitas que repetidamente lhe vem sendo impingidas. A despeito de sua absoluta voluntariedade e disponibilidade em comparecer a todos as convocações feitas por determinação do Supremo Tribunal Federal, foi-lhe determinada a apresentação de seu passaporte, impedindo-lhe, portanto, de realizar quaisquer viagens internacionais. A medida se mostra absolutamente desnecessária e afastada dos requisitos legais e fáticos que visam garantir a ordem pública e o regular andamento da investigação, os quais sempre foram respeitados.”

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