Engenheiro denuncia que foi agredido por policial no Parque do Povo, em Campina Grande: ‘Indignação gigantesca’

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Iago Araújo recebendo atendimento após agressão no Parque do Povo — Foto: Iago Araújo/Arquivo pessoal

Um engenheiro de software, de 28 anos, identificado como Iago Araújo, denunciou à Polícia Civil que foi agredido com socos no rosto por policiais militares, no Parque do Povo, em Campina Grande, na madrugada do domingo (10). Segundo o relato, a situação começou após a prima dele, com quem estava na festa, ter tirado o celular da bolsa durante a abordagem dos agentes a outro homem que estava no local. Um dos policiais achou que ela estava filmando a ação.

“Não tinha absolutamente nada que justificasse aquilo. Sinto uma indignação gigantesca. A sociedade espera da polícia que eles passem o mínimo de tranquilidade e segurança, e com certeza ali eles não passaram nada disso”, desabafa Iago.

O homem diz que recebeu cerca de quatro socos no rosto e chegou a cair de joelhos. Ele foi levado para o Posto de Saúde do Parque do Povo e transferido para o Hospital de Trauma de Campina Grande, onde foi atendido e liberado em seguida.

Ao g1, o coronel Arilson Valério, do Comando Regional da Polícia Militar (CPR1), disse que a corregedoria ainda não recebeu denúncia do caso. O motivo do registro ainda não ter sido apresentado à Polícia Militar é que o agente envolvido não foi identificado até o momento.

Iago Araújo registrou boletim de ocorrência e passou por exame de corpo de delito nesta segunda-feira (11). O delegado Glauber Rocha informou que o caso está sendo investigado e que câmeras do local serão analisadas para tentar identificar o agente que teria provocado a agressão.

Engenheiro relata ter sido agredido por policiais no Parque do Povo  — Foto: Arquivo Pessoal/Iago Araújo
Engenheiro relata ter sido agredido por policiais no Parque do Povo — Foto: Arquivo Pessoal/Iago Araújo

Entenda o caso

Iago Araújo relatou que estava com a prima próximo ao palco, quando um policial derrubou um homem durante uma abordagem.

“A gente estava próximo ao palco, tudo muito vazio, muito tranquilo. Em determinado momento, entre 1h30 e 2h, passou uma fila de policiais, e tinha um casal próximo dançando. Um deles puxou o rapaz pelo capuz do casaco, então fizeram uma rodinha com esse homem no meio e jogaram ele no chão, que estava alagado, para fazer uma revista, mas a gente não conhecia, eu nem sabia o que estava acontecendo”.

Iago Araújo teve calça manchada de sangue após agressão no Parque do Povo — Foto: Arquivo pessoal/Iago Araújo
Iago Araújo teve calça manchada de sangue após agressão no Parque do Povo — Foto: Arquivo pessoal/Iago Araújo

Ainda segundo Iago Araújo, enquanto a revista acontecia, a prima dele estava mexendo na bolsa e tirou o celular. Em seguida, um dos policiais viu e foi questionar se a mulher estava filmando, enquanto segurava o braço dela. Ao pedir calma ao agente, o engenheiro foi agredido com socos no rosto.

“Na hora que tudo estava acontecendo, minha prima tava mexendo na bolsa e foi tirando o celular. E nisso, um dos policiais viu e foi abordar ela, segurou o braço dela, foi bem agressivo mesmo. E começou a dizer ‘você quer filmar? Filme, quero ver você filmar aqui na minha frente’. Eu estava do lado da minha prima e pedi: ‘calma moço, a gente não tava fazendo absolutamente nada’. Não falei gritando nem nada, mas assim que eu falei isso, ele deu o primeiro soco na minha cara”.

Iago Araújo é de Campina Grande, mas mora em João Pessoa. Desde criança, ele frequenta o Parque do Povo e comenta que nunca havia presenciado ou passado por situação semelhante. Também reforça que no momento do ocorrido, não estava acontecendo nenhuma confusão ou incidente nas proximidades.

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