Filho de Cid Moreira descreve supostos abusos sexuais do jornalista
Roger Naumtchyk, filho adotivo de Cid Moreira, relatou quais seriam os supostos abusos cometidos pelo pai. Ele foi viver com o jornalista aos 14 anos, através da tia, Maria Ulhiana Naumtchyk, então esposa do ex-apresentador do Jornal Nacional. Roger afirma que os abusos começaram logo no início da convivência. Cid Moreira sempre negou as acusações, declarando que o filho estava o “perseguindo” e “criando histórias falsas”.
Em entrevista à Veja, Roger relatou que teria sido abusado por Cid Moreira, porém, só foi tomar consciência do ato, anos depois. “Nessa época, para mim, aquilo não era estupro ou assédio. Não considerava um abuso, nem imaginava o que era aquilo. Só agora, mais recente, entendi que fui abusado. Um tipo de estupro”, salientou.
“Depois de uns dois meses morando com ele, voltando para dentro de casa, me deparei com ele fora da sauna completamente nu. Aquela situação me deixou em choque, a gente está falando em 1990. Eu era ingênuo em relação a isso. Subi logo ao escritório. Pouco tempo depois ele começou a dar uns gritos na sauna e desci correndo, achei que ele tivesse se machucado. E aí vi que ele estava se masturbando”, contou.
Roger revelou que, mais tarde, descobriu que o episódio seria corriqueiro e que todos os funcionários ouviam os gritos do apresentador e sabiam o que estava acontecendo. “Algum tempo depois, comecei a fazer a sauna com ele a seu pedido. Era 24 horas com ele, se ele ia para a Globo, eu ia também. Eu era sua sombra, considerado o carregador de malas, na Globo falavam que eu era ‘garotão do Cid’. Mas ele me tratava como filho. Até que um dia, nessas saunas, ele pediu para que eu passasse a ajudá-lo na masturbação”, narrou.
“Para mim, o fato tinha que ter penetração. Não imaginava que aquilo ali já se concretizava um abuso sexual. Estava tão condicionado com aquilo, que não me machucava, não me violentava, eu bloqueava”, continuou Roger.
Ainda segundo o cabeleireiro, os abusos aconteciam de forma dispersa, já que Cid podia cometer o ato três vezes por semana, ou quatro, ou nenhuma. “A gente sempre ficava no mesmo quarto [de hotel]. E nunca iam desconfiar. Se o filho é teu, é normal. Agora, se ficar no quarto com um garoto de 15 anos, pode gerar uma desconfiança. Era assim”, relatou.
Outro lado
Cid Moreira, que morreu aos 97 anos na última quinta-feira (3/10), sempre negou as acusações. O comunicador afirmava que estava sendo vítima de perseguição por parte do filho adotivo.
Os dois travaram uma disputa judicial, na qual Roger acusava Cid de abandono parental. O ex-global foi inocentado dessa acusação.