Forças da Ucrânia que lutam dentro da Rússia estão quase cercadas, mostram mapas

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Mapas de código aberto mostram tropas ucranianas quase cercadas na região de Kursk — Foto: DeepStateMap / Reprodução

Milhares de soldados da Ucrânia que invadiram a região russa de Kursk em agosto do ano passado estão quase cercadas pelas forças da Rússia, de acordo com mapas de código aberto consultados pela agência de notícias Reuters.

Os mapas disponíveis em um site chamado Deep State – que seguem um modelo de desenvolvimento descentralizado e colaborativo, onde o código-fonte é distribuído publicamente – mostram que a situação das tropas ucranianas piorou drasticamente nos últimos três dias, depois que o governo dos Estados Unidos suspendeu o compartilhamento de Inteligência com Kiev.

Segundo eles, na sexta-feira (7), cerca de três quartos da força ucraniana dentro da Rússia já estavam quase confinadas a um corredor terrestre de cerca de 1 km de comprimento e menos de 500 metros de largura, em seu ponto mais estreito.

“O inimigo tem uma vantagem em UAVs (drones), tanto de reconhecimento quanto de ataque. O mais comumente usado é o drone FPV. Eles são os principais responsáveis ​​pelo controle de fogo de tudo que se move ‘para dentro’ ou ‘para fora’ da região de Kursk”, disse o Deep State em nota.

Caso o Exército russo consiga expulsar o da Ucrânia de seu território seria um grande golpe para o governo ucraniano, que esperava usar a conquista como vantagem sobre Moscou nas negociações de paz que estão previstas para ocorrer na semana que vem.

No momento, apesar de admitir um possível acordo de paz mediado pelos Estados Unidos, a Rússia está fazendo uma contraofensiva. Além de um ataque aéreo massivo feito contra a infraestrutura energética e de gás da Ucrânia na sexta-feira (7), as operações em Kursk quase cortaram as forças ucranianas em duas, separando o grupo principal de suas principais linhas de suprimento.

“A situação (da Ucrânia em Kursk ) é muito ruim. Agora não resta muito até que as forças ucranianas sejam cercadas ou forçadas a se retirar. E a retirada significaria correr um perigoso desafio, onde as forças seriam constantemente ameaçadas por drones e artilharia russos”, afirma Pasi Paroinen, analista militar do Black Bird Group, da Finlândia, à Reuters.

Não houve confirmação oficial do avanço russo pelo Ministério da Defesa russo ou pelos militares ucranianos, pois ambos tendem a relatar mudanças no campo de batalha com atraso.

Há quase um mês, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs uma troca de territórios entre seu país e a Rússia como parte de um acordo de paz entre os dois países.

O Kremlin, no entanto, afirmou que a Rússia nunca trocará os territórios ucranianos que ocupa por áreas na região ocidental de Kursk, na Rússia, controladas por tropas ucranianas.

“Isso é impossível. A Rússia nunca discutiu e não discutirá o tema da troca de seu território. E, claro, as formações ucranianas serão expulsas desse território. Todos que não forem destruídos serão expulsos”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

O vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, chamou de “absurda” a proposta de Zelensky. Medvedev, que foi presidente da Rússia entre 2008 e 2012, também afirmou que o país demonstraria que pode alcançar “a paz através da força”.

A região de Kursk, no oeste da Rússia, foi invadida por tropas ucranianas em uma contraofensiva surpresa em agosto de 2024. Desde então, os russos tentam combater a presença da Ucrânia no local. Zelensky tenta usar essa pequena vitória na guerra, que se estende desde fevereiro de 2022, como instrumento de barganha.

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