Governadora do PT que enviou helicóptero para socorrer Bolsonaro diz que cumpriu seu dever

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A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) - Ronny Santos/Folhapress

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, diz que cumpria agenda no interior do Estado, entregando obras de sua administração, quando recebeu o telefonema de um de seus mais destacados opositores políticos: o senador Rogério Marinho (PL-RN), que é inclusive pré-candidato à sucessão dela.

O parlamentar estava alarmado: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava passando mal, com o intestino obstruído.

“Ele me disse que o ex-presidente estava com fortes dores abdominais e que precisava ser transferido imediatamente para Natal [a capital do Estado]”, relembra Fátima.

Ela diz que viajava com o secretário de Segurança do RN, Francisco Canindé de Araújo Silva, e que um helicóptero foi colocado imediatamente à disposição de Bolsonaro.

“Eu nunca coloquei, e nunca colocarei, divergências acima do meu dever de garantir segurança e saúde a todo e qualquer cidadão, sem exceção”, afirma. “Demos toda a atenção a ele [Bolsonaro]. Era a minha obrigação. Eu não misturo as coisas”, segue.

A governadora diz também que acionou a secretaria de Saúde para que o hospital Walfredo Gurgel, que o recebeu inicialmente, se preparasse para recebê-lo.

“O ex-presidente recebeu toda a atenção necessária, foi atendido com acolhimento, eficiência e dedicação ainda em Santa Cruz”, afirma Fátima Bezerra.

O ex-presidente foi transferido para o Hospital Rio Grande, em Natal. De acordo com boletim médico divulgado na sexta (11), ele não tem mais dores e está em condição estável.

Bolsonaro e governadora têm histórico de embates

Jair Bolsonaro (PL) e a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), têm um histórico de farpas que destoa da civilidade expressa na sexta-feira (11), após o ex-presidente sentir-se mal durante viagem ao estado.

Fátima disponibilizou um helicóptero oficial para transferir Bolsonaro para um hospital em Natal (RN) e pediu que o governo dedicasse atenção total às situação dele.

Única mulher governadora durante o mandato de Bolsonaro, a petista foi alvo de críticas dele diversas vezes. Em abril de 2021, o então presidente acusou Fátima de ter gasto R$ 900 milhões do combate à Covid em pagamento de servidores, o que a petista negou.

Em fevereiro de 2022, durante visita a uma barragem em Jucurutu (RN), ele criticou a governadora por criar dificuldades para a remoção de famílias afetadas pela obra.

Já Fátima em mais uma ocasião teceu ácidas críticas a Bolsonaro. Em junho de 2021, ela disse que o então presidente tinha “desvio mental e de caráter”, por seu comportamento na pandemia.

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