Irmão de miss paraibana morta em incêndio em São Paulo relembra desespero em busca de ar

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Mayara Ingrid Silva Nitão. Foto: Reprodução

O jovem César Henrique Silva Nitão, de 23 anos, irmão mais novo da miss paraibana que morreu vítima de um incêndio no sábado (25) em São Paulo, descreveu os momentos de terror que viveu ao lado de Maya Nitão, de 26 anos. Ele contou que ambos foram acordados com a fumaça do incêndio e que chegou a gritar para que a irmã corresse para a porta do apartamento.

Quando já estava sufocando, César disse que correu para fora do local porque se lembrou do incêndio da Boate Kiss, quando centenas de pessoas morreram sufocadas com a fumaça.

As declarações de César foram dadas na tarde de segunda-feira (27) no Aeroporto de João Pessoa, após ele chegar da capital paulista, ao lado de seu pai e de sua mãe. O corpo de Maya deve chegar durante a madrugada de terça-feira (28) ao estado.

“Ela estava gritando para o pessoal do lado de fora da janela. E eu gritava. Implorava. ‘Mayara, Mayara. Vem, vem, vem’. Nesse momento eu inalei tanta fumaça que minha respiração começou a enfraquecer muito. E eu fiquei com medo do que aconteceu na Boate Kiss, lá em 2013, em que as pessoas morreram por inalar a fumaça”, explicou Cesinha, como é mais conhecido.

O irmão da miss lembrou ainda que, já nas últimas, conseguiu chegar à escada de incêndio do sexto andar do prédio onde ele morava.

“A minha primeira reação foi… ‘eu vou pedir ajuda e eu preciso tomar um ar’. Eu corri para a escada de incêndio. Estava tudo preto, eu não enxerguei nada. Foi tudo no tato. Até eu conseguir achar a maçaneta. E eu dei o meu suspiro. Eu estava precisando daquilo”, relembra.

César destaca ainda que ele foi o primeiro a ver a irmã caída, no térreo do prédio, depois de ela cair do sexto andar. E que foi ele quem tentou reanimar Maya.

“Desci rapidamente todos os seis andares. Quando eu cheguei lá em baixo, ela já estava lá. Já tinha caído. Eu fui o primeiro a socorrer ela. O primeiro a virar ela, o primeiro a reanimar, fui fazer a massagem até os bombeiros chegarem”, conta.

Com a chegada do Corpo de Bombeiros, ele foi levado ao hospital. Lá, ficou sabendo que por muito pouco também não morreu no incêndio.

“Os médicos da UTI falaram que se eu ficasse mais dois ou três minutos eu não teria saído.”

Cesinha Nitão (à direita), a irmã, Maya, e os pais, César Nitão e Geraldina Kelly, em foto de família em João Pessoa — Foto: César Nitão/Acervo pessoal
Cesinha Nitão (à direita), a irmã, Maya, e os pais, César Nitão e Geraldina Kelly, em foto de família em João Pessoa — Foto: César Nitão/Acervo pessoal

César e Maya dividiam apartamento no bairro Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo, há oito anos. Ele é diretor de um cursinho para concursos, e ela era Miss Sertão Paraibano e uma veterana em concursos de beleza.

No sábado (25), os dois dormiam quando o apartamento começou a pegar fogo, num incêndio de grandes proporções. A suspeita é que tudo começou com um curto-circuito numa tomada localizada atrás do sofá da sala.

César conseguiu deixar o apartamento, mas Maya acabou morrendo após cair do sexto andar, no momento em que tentava escapar das chamas.

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