Madonna fez 63 anos em agosto desse ano e parece não envelhecer. Mas envelhece sim, do jeito dela, que não tem medo de recusar a passagem do tempo para, literalmente, o mundo todo. Madonna recusa e dribla o envelhecer como pode: no corpo e no rosto, nas atitudes, na vida. Inspira autenticidade ao arriscar, esticar, apostar, preencher, ousar, repuxar e inovar. Para Madonna o “forever young” (para sempre jovem, em português) existe. Porque ela é a Madonna e faz tudo o que quer para se sentir bem e isso inclui ser aparentemente jovem.

Se é uma atitude saudável? Quem sou eu para julgar a Madonna? Seria bom ouvir dela sobre essas questões de autoimagem. Gretchen recentemente fez um post declarando estar cansada do julgamento da mulherada. Foi um frisson e nos fez refletir. Meu corpo, minhas regras, não é assim? Eu acho que sim.

Para além disso, Madonna não é parâmetro. Por mais que tenha o dom de fazer olharmos para algo em nós a partir da sua imagem fantástica, Madonna é incomparável. Quantas “novas Madonnas” já apareceram e se foram? Faça as contas e tire a própria conclusão.

Meses atrás, em uma celebração em Nova York, Madonna cantou com um look bem erótico, com os seios não só expostos, como destacados. Eu gostei, aplaudi, vibrei. A Madonna não só pode, como deve ousar. Eu espero o inesperado de Madonna desde sempre e para sempre.

Ela é transgressão e liberdade. Coragem pura. Veja bem, em um tempo em que a estética da maturidade é celebrada, ela segue o caminho oposto. Imagina se fosse diferente? Madonna de cabelos brancos e rugas livres. O tribunal da internet aceitaria a velhice da musa? Lembro que Xuxa causou furor com uma imagem da vida real – sempre linda, diga-se de passagem – com a pele que habita sem retoques. Pense em Madonna ao natural. Você consegue ter essa imagem na sua cabeça? Eu não.

Lembra de quando ela cismou em ser chamada de Esther? Era época de Madonna na cabala e eu só pensava: “Para com isso, você é a Madonna”, “Minha avó tinha amigas chamadas Esther”. Já naquela época, uns 20 anos atrás, eu não queria relacionar o envelhecimento com a musa que embalou a minha juventude e confesso que parei nos hits dos anos 90, que me transportam para a minha juventude e jamais envelhecem. Tá aí: músicas da nossa juventude não envelhecem. E Madonna aparentemente também não envelhece – e isso é tão gentil com o mundo tudo, pense bem.

Dito isso, concluo que Madonna aos 63 não é uma garotinha, mas parece ser. E dança como uma também. Madonna aos 63 anos me mostra que a coragem e a autenticidade não envelhecem (no sentido de perecer). Pelo contrário, estão sempre frescas, se renovam dia a dia nas mulheres que querem ser quem são aos 50, 60, 70 ou aos 90 anos.

Enquanto as células não encontram o mesmo caminho, o jeito é “madonnar” para manter a imagem com o mesmo vigor, se assim você desejar. Seu corpo, suas regras, repito. E desejo que a coragem e a autenticidade de Madonna inspire você assim como a música dela te emociona. E que esse lado de Madonna te acompanhe para sempre. Viva a Coroa!

Adri Coelho Silva

 

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