Sergio Moro. Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Por Eduardo Barretto

Sergio Moro ampliou as atividades de sua empresa depois que se lançou pré-candidato ao Planalto. Em 29 de novembro, 19 dias após anunciar sua pré-candidatura e se filiar ao Podemos, o ex-ministro incluiu na Moro Consultoria os serviços de cursos preparatórios para concursos, palestras e aulas de pós-graduação. Por meio dessa empresa, Moro foi contratado até outubro pela consultoria americana Alvarez & Marsal. O negócio está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU).

Registros da Junta Comercial do Paraná apontam que Moro fundou a Moro Consultoria e Assessoria em Gestão Empresarial de Riscos em agosto de 2020, em Curitiba. O ex-juiz da Lava Jato é o único sócio da firma criada quatro meses depois que pediu demissão do governo Bolsonaro. Segundo o contrato social da empresa, a Moro Consultoria prestava apenas uma atividade econômica: “consultoria e assessoria em gestão de riscos e investigações, ética empresarial e governança corporativa”.

Desde então, Moro se distanciou de Jair Bolsonaro, foi contratado por meio de sua firma pela consultoria americana Alvarez & Marsal e se lançou pré-candidato à Presidência pelo Podemos. Em 23 de novembro de 2021, 13 dias depois de se filiar ao Podemos, Moro fez mudanças em sua empresa. A tramitação foi autorizada pela Junta Comercial em 29 de novembro.

A Moro Consultoria passou a oferecer serviços em mais quatro atividades econômicas. Todas preveem serviços presenciais e à distância. A primeira é “ensino de pós-graduação e extensão”. Em seguida, estão “cursos preparatórios para concursos públicos”. Moro não detalhou o tema desses cursos. A ampliação do escopo da firma também incluiu “cursos e palestras de treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial” e “cursos e palestras de aperfeiçoamento jurídico e profissional”, que o ex-juiz tampouco especificou.

Os negócios privados de Moro com a Alvarez & Marsal, celebrados por meio da Moro Consultoria, estão sob a lupa do TCU. Em dezembro do ano passado, o ministro Bruno Dantas acatou um pedido do MP de Contas e determinou que a Alvarez envie os documentos ligados à saída de Moro da empresa em outubro.

A contratação de Moro pela Alvarez, em novembro de 2020, foi criticada porque a empresa é a administradora judicial do processo de recuperação do Grupo Odebrecht, cujos executivos Moro condenou quando era o juiz à frente da Lava Jato.

Procurado, Sergio Moro afirmou, por meio de sua assessoria:

“O contrato de trabalho de Sergio Moro com a empresa norte-americana previa exclusividade para algumas atividades. Portanto, quando ele encerrou o trabalho na consultoria, no fim de outubro de 2021, pôde expandir as possibilidades da empresa registrada em seu nome”.

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