Mulher é presa suspeita de envolvimento na morte de babá do filho; vítima era ameaçada e explorada sexualmente pela patroa

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Kamila Barroso era patroa da babá Geovana Costa, encontrada morta em Manaus — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na noite de quarta-feira passada (28), Camila Barroso, de 33 anos, foi presa em Manaus (AM) sob suspeita de envolvimento na morte de Geovana Costa Martins, de 20 anos, que era babá de seu filho. Segundo a polícia, o corpo da vítima foi encontrado em 20 de agosto e identificado pela família no último domingo (25). Geovana estava desaparecida desde o dia 19.

Babá Geovana Costa Martins, que tinha 20 anos, foi encontrada morta em Manaus. — Foto: Redes sociais
Babá Geovana Costa Martins, que tinha 20 anos, foi encontrada morta em Manaus. — Foto: Redes sociais

A mãe da vítima, Márcia Costa, relatou que a filha trabalhava para a suspeita há cerca de um ano, mas nunca mencionou qualquer desentendimento com a patroa.

“Até o momento não sabemos de nada. Ela [Geovana] nunca havia me contado nada. É um sofrimento, saber que ela estava trabalhando com alguém e depois descobrir que minha filha está morta. Esperamos que a justiça seja feita e que a pessoa responsável pague pelo que fez. Eu só quero entender o motivo pelo qual ela tirou a vida da minha filha,” lamentou a mãe.

De acordo com a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), a vítima foi encontrada morta no dia 20 de agosto, com sinais de espancamento, em uma área de mata no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus.

Babá era ameaçada e explorada sexualmente por patroa

Encontrada morta em Manaus (AM), a babá Geovana Costa Martins, de 20 anos, era ameaçada e explorada sexualmente pela patroa, identificada como Camila Barroso, segundo a polícia. As autoridades também informaram que a mulher mantinha a jovem em cárcere privado na casa em que moravam.

A polícia afirmou que Geovana foi dada como desaparecida em 19 de agosto. O corpo da jovem foi encontrado no dia seguinte, no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital, e identificado no domingo (25). Camila foi presa na noite de quarta-feira passada (28).

Em entrevista coletiva na manhã de quinta-feira (29), a delegada Marília Campello, que está à frente das investigações, contou que Camila Barroso usava a casa em que morava com Geovana como ponto de prostituição. No local, a jovem era obrigada a fazer programas sexuais.

“Ela foi aliciada por uma vida de balada e bebida, mas depois a Camila passou a obrigá-la a ficar lá. Não deixava mais a moça sair, embora ela quisesse, e era explorada sexualmente”, contou a coordenadora do Núcleo de Combate ao Feminicídio (NCF) da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Marília Campello.

Ao longo das investigações a polícia disse também ter identificado que havia outras meninas que eram exploradas sexualmente no local, mas apenas Geovana Costa mantinha a casa como residência fixa.

A delegada relatou ainda que além de manter a jovem cárcere privado, Camila a proibia de manter contato com outras pessoas, como o ex-namorado, além de ameaçá-la caso saísse da casa. Ela aterrorizava a vítima com o argumento que teria sido esposa do criminoso Mano Kaio, considerado um dos líderes do tráfico de drogas no Amazonas e foragido no Rio de Janeiro.

“Ela [Camila] dizia que ia chamar o pessoal do tráfico para quebrar a perna, dizia que ia fazer acontecer”, destacou a delegada.

As investigações apontaram também que, além da patroa de Geovana, um homem, de nome Eduardo Gomes da Silva, estaria envolvido no homicídio. Agora, ele é procurado pela Polícia Civil do Amazonas.

Prisão

A prisão de Camila Barroso ocorreu na noite de quarta-feira (28), em Manaus. Segundo a polícia, a mulher já havia saído do imóvel em que morava com Geovana Costa e tinha passagem comprada para França, onde familiares dela mantêm residência.

“Nós não temos dúvida alguma de que ela tenha participado do crime”, afirmou Marília Campello.

A delegada apontou que no mês de junho deste ano, Geovana Costa chegou a emitir um passaporte. A polícia investiga se o ocorrido tem relação com a causa da morte da jovem.

Ainda não há informações sobre a motivação do crime, mas a causa do óbito foi apontada pela coordenadora do NCF como traumatismo craniano. Assim que o corpo da babá foi identificado pela família, já havia sido identificado sinais de espancamento no rosto da vítima.

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