Nova Zelândia assume custódia de bebê doente de pais antivacina

Manifestantes anti-vacinação apoiando mãe e pai de um bebê de quatro meses que precisa urgentemente de uma operação cardíaca na Nova Zelândia — Foto: Michael Craig/New Zealand Herald via AP
Por France Presse
As autoridades neozelandesas assumiram na quarta-feira (7) a custódia temporária de um bebê cujos pais impediam uma cirurgia de vida ou morte porque a criança poderia receber sangue de doadores vacinados contra a Covid-19.
O Tribunal Superior de Auckland ordenou que a criança de seis meses, identificada apenas como “Bebê W”, seja colocada sob tutela parcial, o que permitirá a cirurgia urgente para corrigir um problema cardíaco, a estenose pulmonar valvar.
O procedimento cirúrgico foi adiado porque os pais não aceitavam uma transfusão de sangue procedente de doador que tenha recebido uma vacina de RNA mensageiro, a tecnologia utilizada nos imunizantes anticovid da Pfizer e Moderna.
“A questão primordial é se o tratamento proposto é do melhor interesse (do bebê)”, afirmou o tribunal em um comunicado.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/6/P/p7QtDMQGA7h1CAwoqf7A/ap22341296581211.jpg?resize=640%2C427&ssl=1)
A criança está agora sob “tutela médica do Tribunal” até o “fim da cirurgia” e sua recuperação, até o fim de janeiro no mais tardar.
Os pais permanecerão como tutores “para todos os outros propósitos” e serão “informados sobre a natureza e o progresso da condição e tratamento do Bebê W”, afirma a sentença.
As autoridades de saúde do país rejeitaram o pedido dos pais de usar sangue de não vacinados.
A Nova Zelândia não faz distinção entre doações de pessoas vacinadas ou não contra a covid, pois não há risco extra pelo uso de sangue de pessoas que receberam a vacina.