Sergio Moro e Lula. Foto: Reprodução

Na política, assim como em outros modos de vida selvagem, não se pode descuidar de que “um dia é do caçador, outro é da caça”. Alguns governantes descobriram isso da pior maneira, como Kadafi, Mussolini ou Luís XVI.

No caso do Duce italiano, por exemplo, acabou pendurado pelo pé em praça pública com sua companheira, após anos de violenta ditadura sustentada por seu infame colega alemão, cujo destino, por sinal, não foi melhor.

Por sua vez, Kadafi, executado em posição ainda menos convencional do que o ditador fascista, também teve sua carreira de caçador encerrada pelas mãos de suas caças. Em situação similar, o rei francês um dia perdeu a cabeça, no sentido literal, diante daqueles a quem até então degolava.

No Brasil, o desfecho para o caçador tem se mostrado mais brando. No caso do nosso mais famoso – o de marajás – a derrocada contou com a ajuda de outra máxima popular que, vez por outra, vem lembrar aos políticos quem é o patrão – “a mão que afaga é a mesma que apedreja”.

O governador alagoano foi alçado em velocidade supersônica ao posto de Presidente da Terra da Santa Cruz, sob o pretexto de caçar corruptos, com as bençãos dos patrocinadores de sempre – financistas, empreiteiros e o setor de comunicação. Desentenderam-se rapidamente e o caçador foi abatido pelas pedras de quem o afagara.

Agora, no período em que se prepara o teatro eleitoral de 2022, a política brasileira esquenta ao ser declarada aberta a temporada de caça ao seu mais ilustre caçador, o prestigiado juiz, que sofre uma espécie de lava-jato pessoal.

O intrigante dessa vez é que a caça do momento havia ganhado fama como caçador de outra caça anterior, o PT, que a rigor já vinha sendo caçado desde seu nascimento nos anos 1980 e, ao chegar à Presidência, não conseguindo se estabelecer como caçador, foi caçado novamente.

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