Padilha toma posse na Saúde e cita ‘obsessão’ para reduzir espera para atendimento no SUS

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Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Foto: Estadão

O médico e deputado federal Alexandre Padilha (PT) disse na segunda-feira (10), ao tomar posse no cargo de ministro da Saúde, que a obsessão de sua gestão será reduzir o tempo de espera para atendimentos especializados.

“Volto com mais energia, com uma obsessão. Reduzir o tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado no nosso país”, disse Padilha em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

O petista afirmou que irá envolver o setor privado, universidades, estados e municípios nos debates sobre a redução da espera por consultas e procedimentos de média e alta complexidade.

O petista foi escolhido em 25 de fevereiro para substituir a socióloga Nísia Trindade na chefia do Ministério da Saúde. Antes, Padilha atuava como ministro da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), pasta que passa a ser chefiada por Gleisi Hoffmann (PT).

O discurso de posse sinaliza que Padilha deseja reforçar a aposta no Mais Acesso a Especialistas. O programa, que ainda ganha tração, promete encurtar o tempo para a realização de consultas e exames especializados nas áreas de oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia.

Lula tem cobrado que o Ministério da Saúde emplaque uma ação de maior visibilidade.

Padilha ainda afirmou que o governo deseja “enterrar” a Tabela SUS e apresentar um modelo que pague mais a estados, municípios e prestadores de serviços da rede pública que ofereçam atendimentos em tempo mais curto.

Uma das iniciativas do Mais Acesso é justamente pagar um valor acima da tabela atual para as secretarias que cumprirem os prazos do programa. O plano é que pacientes que se enquadram em determinadas situações de saúde entrem em uma espécie de fila única de exames e atendimentos e sejam atendidos em tempo mais curto.

“Temos tudo para consolidar a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer do mundo, com hospitais e serviços especializados, tanto públicos quanto privados, a exemplo do que fizemos com o sistema de transplantes”, disse Padilha.

A posse dos ministros formaliza as primeiras trocas da reforma ministerial que está sendo negociada por Lula. O presidente mexe na cúpula do seu governo no momento em que tenta reverter a queda de popularidade de sua gestão.

Padilha foi ministro da Saúde entre 2011 e 2014, durante o governo Dilma Rousseff (PT).

No discurso de posse, o petista disse que as políticas de saúde foram alvo do “ódio deliberado”. “Negacionistas, vocês têm as mãos sujas com o sangue de todos aqueles que partiram na pandemia de Covid-19

“Nós vamos impulsionar um movimento nacional pela vacinação e defesa da vida que consolidará o Brasil como o mais amplo e diversos programa público de vacinação do mundo”, afirmou o novo ministro da Saúde.

Padilha também afirmou que é preciso oferecer cuidados “da primeira infância aos idosos”, além de promover a saúde das mulheres, população negra, indígenas, entre outros grupos.

Nísia foi demitida por Lula após a imprensa revelar que o presidente havia decidido trocar a chefia do ministério. No discurso de despedida, a sociólogo disse que atuou para “reconstruir o SUS e a capacidade de gestão do ministério”.

Nísia ainda destacou que foi a primeira mulher a comandar a Fiocruz e ocupar o cargo de ministra da Saúde. Ela afirmou que, à frente do ministério, foi alvo de uma “campanha sistemática e misógina” de desvalorização do seu trabalho e idoneidade.

À frente da Saúde, Padilha ainda terá de lidar com crises sanitárias, como a da dengue, além da cobiça do Congresso sobre o orçamento da Saúde.

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