Padre após ida de Bolsonaro a Aparecida: “Não é dia de pedir voto”

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Padre Camilo Júnior. Foto: Reprodução

Por Flávia Said

Depois da visita do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), ao Santuário Nacional de Aparecida (SP), no dia de Nossa Senhora Aparecida, o padre Camilo Júnior, missionário redentorista, mandou um recado sobre a exploração política da data.

“Hoje não é dia de pedir votos, é dia de pedir bênçãos. Palmas à Mãe Aparecida, é a Ela nosso louvor”, disse o padre ao encerrar uma das missas realizadas na quarta-feira (12/10) no santuário, durante o feriado dedicado à padroeira do país para os católicos. A fala foi acompanhada por aplausos dos devotos que acompanhavam a missa.

Veja o vídeo:

O presidente esteve em agenda, na manhã de quarta, com evangélicos em Belo Horizonte (MG). No início da tarde de quarta, ele seguiu ao Santuário Nacional de Aparecida acompanhado pelo candidato ao governo paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O padre ainda agradeceu aos fiéis que foram à Basílica rezar e dedicar homenagens a Nossa Senhora.

“Parabéns a você que está dentro da Basílica, rezando, você que entendeu que hoje é dia de Nossa Senhora Aparecida. É a Ela as nossas palmas, é a Ela a nossa aclamação, é a Ela o nosso viva. Porque só temos segurança nas mãos de Deus e no colo de Maria”, afirmou.

“Dragão do ódio”

Antes de Bolsonaro chegar a Aparecida, o arcebispo dom Orlando Brandes, da Arquidiocese de Aparecida, utilizou a figura de Nossa Senhora vencendo um dragão para falar sobre as dificuldades enfrentadas pela sociedade, principalmente o “dragão do ódio” e o “dragão da mentira”.

“Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer. O dragão, que é o tentador. O dragão, que já foi vencido, a pandemia. Mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o dragão da mentira. E a mentira não é de Deus, é do maligno. E o dragão do desemprego, o dragão da fome, o dragão da incredulidade”, explicou o padre.

O religioso afirmou que, com a ajuda da santa, os fiéis poderiam vencer as dificuldades. “Com Maria, vamos vencer o mal e vamos dar prioridade ao bem, à verdade e à justiça, que o povo merece, porque tem fé e ama Nossa Senhora Aparecida.”

Dom Orlando Brandes é crítico – mesmo que de forma velada – à gestão Bolsonaro. No 12 de outubro do ano passado, por exemplo, o clérigo teceu críticas à tônica armamentista, da qual o presidente é defensor. Na referida data, Bolsonaro também esteve em Aparecida.

“Para ser pátria amada não pode ser pátria armada. Para ser pátria amada, seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma República sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção”, disse Brandes no ano passado, sem nunca citar nomes.

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