Por “bênção financeira”, vítimas de pastores depositaram até R$ 2 milhões

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Pastor Osório José Lopes. FOTO: REPRODUÇÃO

POR Thalita Vasconcelos E Mirelle Pinheiro

As investigações conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apontam que as vítimas da organização criminosa liderada pelo pastor Osório José Lopes Júnior (foto em destaque) depositaram valores que alcançaram a marca dos R$ 2 milhões em troca de “bênção financeira”.

Apenas no intervalo de cinco anos, a quadrilha movimentou ao menos R$ 156 milhões. Foram identificadas cerca de 40 empresas “fantasmas” e de fachada, e mais de 800 contas bancárias suspeitas. Com mais de 50 mil vítimas no Brasil e no exterior, a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 30 milhões das contas bancárias e tirou do ar páginas e perfis hospedados na internet.

A investigação aponta que os suspeitos formavam uma rede criminosa muito bem organizada, com estrutura ordenada e divisão de tarefas especializada no cometimento de diversos crimes, como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionatos por meio de redes sociais. As vítimas eram induzidas a investir quantias em dinheiro com a promessa de recebimento futuro de montantes milionários.

“O valor varia de acordo com cada suspeito. Então, a vítima pode investir desde um simplório R$ 20 até a quantia de R$ 2 milhões. Tem vítimas que perdem seus imóveis, vítimas que vendem suas casas para investirem nesses falsários. O valor de retorno prometido variava de acordo com cada suspeito. Então, tem vítima para a qual era prometido o valor que chegava na casa dos oito dígitos”, detalhou o delegado Marco Aurélio Sepúlveda Santos, da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária.

Segundo as diligências, as promessas ilusórias de quantias exorbitantes nunca se concretizaram, visto que não há conhecimento de nenhuma vítima que tenha recebido algum retorno dos investimentos.

Os golpistas abordavam as vítimas, em sua grande maioria evangélicas, pelas redes sociais e invocavam uma teoria conspiratória apelidada de “Nesara Gesara” para convencê-las a investir suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias. Havia promessa de retorno financeiro imediato e rentabilidade estratosférica.

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