Saiba quem era o advogado morto a tiros no Centro do Rio; veja vídeo do ataque

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Rodrigo Marinho Crespo

O advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, foi morto a tiros na tarde da segunda-feira (26) na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio. Ele era especialista em causas cíveis e empresariais.

Rodrigo se formou na PUC-RJ, em 2005. Em 2008, se especializou na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em Direito Civil Empresarial (contratos). Era sócio-fundador do Marinho & Lima Advogados, que tem escritório na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio.

O assassinato ocorreu a poucos metros da sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Rio; da Defensoria Pública e do Ministério Público estadual.

Rodrigo era conhecido entre amigos e colegas do Direito por ser uma pessoa de bom trato e sem problemas na carreira. Estava recém separado.

O portal apurou que, nos últimos anos, Rodrigo Marinho atuou em ações de resgate de investimentos de criptomoedas. Em uma das ações, conseguiu bloqueio de contas de algumas pessoas envolvidas em esquemas de pirâmide.

Ele também já atuou em casos da área cível prestando serviço para a Souza Cruz.

Assassino desceu de carro branco

Na segunda (26) à tarde, o advogado deixou seu escritório para lanchar com seu sobrinho. Ao sair do prédio, segundo testemunhas, uma pessoa se aproximou dele, chamou por seu nome e realizou os disparos. O criminoso estava encapuzado.

Depois, ainda de acordo com testemunhas, ele disparou pelo menos outros oito tiros contra o advogado. Às 17h27, a Polícia Militar foi chamada para apurar o caso. Logo depois, a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil também foi acionada.

Após os disparos, o criminoso entrou em um veículo de cor branca e fugiu. Policiais civis estão em buscas das câmeras de segurança do local.

“Característica é de execução”, diz secretário sobre morte de advogado

O secretário estadual de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Marcus Amim, afirmou na terça-feira (27) que a morte a tiros do advogado Rodrigo Marinho Crespo não está relacionada ao que chamou de “criminalidade comum”, como uma tentativa de roubo, que pode ter diferentes alvos.

Conforme Amim, a ação tinha o advogado como vítima pré-definida. O secretário rechaçou a possibilidade de latrocínio (roubo com morte) e disse que a polícia não descarta no momento nenhuma hipótese como eventual motivação para o homicídio.

“A criminalidade existe em toda grande metrópole, e não é diferente no Rio de Janeiro. Mas o crime de ontem não está ligado a esse tipo de criminalidade comum”, disse Amim.

“Se tivesse um policial militar aqui na porta ontem, o crime não teria acontecido aqui ontem, mas provavelmente teria acontecido [em outras circunstâncias]. Ele [advogado morto] estava sendo alvo de uma ação criminosa”, declarou.

Amim participou de uma entrevista coletiva na sede da OAB do Rio na terça (27). Segundo o secretário, as investigações ouviram quatro pessoas, formalmente, até o momento. A polícia não descarta a possibilidade de o crime ter relação com a atividade laboral exercida pelo advogado.

“A gente não descarta nenhuma hipótese neste momento, e não tem nenhuma hipótese que esteja com mais força”, disse Amim.

“A possibilidade de haver relação com a atividade dele, com o exercício da advocacia, já faz com que a gente tenha atenção ainda mais especial com esse caso”, completou.

O secretário afirmou que ainda não teve acesso ao laudo do caso, mas declarou que a vítima foi alvo provavelmente de 12 disparos –dois quando ainda estava de pé e dez quando já estava no chão.

“Isso nos dá característica de execução”, disse. “Diferentemente do que as pessoas acham, atirar não é tão simples. O autor já fez e sabia o que estava fazendo”, completou.

A OAB pediu uma investigação rápida do caso, a descoberta dos responsáveis e a apuração se a morte teve ou não relação com a atividade profissional do advogado.

“O criminoso desafiou toda a polícia do estado do Rio de Janeiro”, afirmou o secretário estadual de Segurança do Rio, Victor Santos, que também participou da coletiva.

“Ele escolheu o momento exato de atacar a vítima, não deu a ela chance de se defender. Foi covarde. A resposta por parte da segurança pública será dada, não tenho dúvida disso”, acrescentou.

No TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), há cerca de 80 processos com o nome do advogado Rodrigo Marinho. A empresa Oi é a que mais aparece como cliente do escritório dele. Também já atuou em favor da Souza Cruz e causas cíveis do empresário José Carlos Lavouras, dono de empresas de ônibus e delator da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

Rodrigo ainda atuou em favor de um cliente de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “faraó dos bitcoins”, preso sob acusação de comandar uma pirâmide financeira que movimentou R$ 38 bilhões e de matar concorrentes na Região dos Lagos.

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