Saúde mental: dicionário combate estigma da esquizofrenia; confira

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Foto: Svisio, Istock

Por Camila Tuchlinski

Provavelmente você já foi chamado ou chamou alguém com adjetivos associados à saúde mental. Pare o que está fazendo e reflita se já usou estas palavras de forma pejorativa: lunático, surtado, esquizofrênico, imbecil, retardado, demente, maníaco.

Esses termos são utilizados no dia a dia em contextos diversos, seja para xingar alguém ou para definir e justificar a conduta de uma pessoa. Ocorre que todos eles reforçam estereótipos e estimulam a psicofobia, ou seja, o preconceito com aqueles que têm alguma doença mental. Ao final desta matéria, você confere como agir diante dessas situações.

Pensando nos efeitos negativos dessa comunicação, a campanha Ouçam Nossas Vozes, promovida pela Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, em parceria com o Programa de Esquizofrenia (PROESQ) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Associação Mãos de Mães de Pessoas com Esquizofrenia (AMME), a Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD) e a Associação Gaúcha de Familiares e Pacientes Esquizofrênicos (Agafape), lança um dicionário anticapacitista sobre saúde mental.

Os principais sintomas e sinais da esquizofrenia são: delírios, alucinações, alterações de comportamento, redução do afeto com as pessoas, isolamento social e dificuldade em iniciar e manter atividades.

“A falta de conhecimento sobre a doença e o preconceito podem impactar diretamente na vida da pessoa que tem esquizofrenia e em sua família. O preconceito é um dos principais impeditivos para que o paciente busque tratamento”, ressalta o psiquiatra Rodrigo Bressan, professor da Unifesp. O dicionário anticapacitista tem o objetivo justamente de derrubar estigmas.

Para o tratamento da esquizofrenia, a pessoa deve buscar ajuda multiprofissional, com apoio de psiquiatra, psicólogo, além da rede de apoio. “Quando a esquizofrenia não está controlada adequadamente com as medicações, o paciente pode ter crises psicóticas, alteração de comportamento e eventualmente internações. A cada episódio psicótico existe uma progressão da doença e uma piora da resposta às medicações, além de uma redução do volume cerebral. Mas, quando tratada correta e continuamente, os sintomas estabilizam e o paciente pode ter uma vida autônoma, produtiva e com qualidade de vida”, afirma Bressan.

O material conta com a curadoria de palavras a partir da escuta das famílias, pacientes com esquizofrenia e seus médicos sobre os termos e expressões que ouvem e potencializam o preconceito. O material poderá ser acessado na íntegra, gratuitamente, no site da Janssen.

Este é o quarto ano da campanha Ouçam Nossas Vozes. “A Neurociência está diretamente ligada à história da Janssen. Nos anos 1950, o fundador da companhia, Paul Janssen, foi quem criou o primeiro antipsicótico que permitia o tratamento de pacientes em casa. E, desde então, mantivemos o compromisso em buscar tratamentos e levar conhecimento que auxiliem os pacientes de saúde mental a ter mais qualidade de vida”, ressalta Luciana Sobral, diretora de comunicação & public affairs da empresa no Brasil.

Saiba mais sobre algumas expressões capacitistas

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