Trump diz que incorporar Canadá como um estado dos EUA é ‘uma ótima ideia’

O presidente Donald Trump fala durante a reunião anual do Comitê Estadual Republicano de New Hampshire, em 28 de janeiro de 2023 — Foto: Reba Saldanha/AP
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a sugerir na quarta-feira (18) a ideia de transformar o Canadá no 51º estado de seu país, em meio à crise política no país vizinho.
“Muitos canadenses querem que o Canadá se torne o 51º estado”, publicou em sua rede Truth Social. “Economizariam demais em impostos e proteção militar. Acho que é uma ótima ideia. Estado 51!!!”, escreveu.
Uma pesquisa realizada na semana passada pelo Instituto Leger mostrou, porém, que só 13% dos canadenses gostariam de que seu país se tornasse parte do território americano. Trump mencionou pela primeira vez o “estado 51” durante um jantar com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, no fim de novembro.
Segundo a Fox News, durante essa reunião o presidente eleito brincou dizendo que, se o Canadá não puder arcar com tarifas de 25% sobre suas exportações para os EUA, como ele ameaça impor ao assumir a Casa Branca em 20 de janeiro, então o país deveria ser incorporado pelos americanos. Desde então, em suas mensagens, Trump tem se referido repetidamente a Trudeau como governador.
Essas declarações não foram bem recebidas pelos políticos canadenses, que as consideram uma humilhação ou até mesmo uma ameaça. O Canadá está mergulhado em uma crise política desde a renúncia repentina, na segunda-feira (16), da vice-primeira-ministra Chrystia Freeland, devido a divergências com Trudeau justamente sobre como lidar com a guerra econômica iminente com os EUA.
A intenção do presidente americano eleito de aumentar para 25% as taxas sobre as importações mexicanas e canadenses abalou o Canadá, que exporta 75% de seus produtos para o mercado americano. Em termos de empregos, quase 2 milhões de pessoas no Canadá dependem das exportações, em uma população de cerca de 41 milhões.
“Faz parte de uma forma de intimidação, que é o seu modo de conduzir negociações”, explica Max Cameron, professor de Ciências Políticas da Universidade da Columbia Britânica.
Dominic LeBlanc, novo ministro canadense da Economia desde segunda-feira, afirmou que, apesar das declarações de Trump, as conversas com a equipe do presidente eleito foram produtivas. Na terça-feira, junto com Marc Miller, ministro da Imigração, ele apresentou o plano canadense —US$ 1,3 bilhão (R$ 7,9 bilhões) em seis anos— para melhorar a segurança na fronteira, como pede Trump.