Vítima de estupro, menina de 11 anos aborta gêmeos no Piauí
Uma criança de 11 anos, grávida de 12 semanas de gêmeos, realizou um aborto na Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina, no Piauí. De acordo com a Polícia Civil, a menina foi vítima de estupro, cometido supostamente pelo padrasto, de 35 anos. A menina se recupera bem após o procedimento.
O Ministério Público já ofereceu à Justiça a denúncia contra o suspeito. O homem foi preso em Tanque do Piauí, a 240 quilômetros da capital piauiense, onde os abusos teriam acontecido.
Segundo o promotor de Justiça, José William, o procedimento de aborto aconteceu após recomendações médicas e psicológicas para a interrupção da gravidez. A menina agora passará por um acompanhamento psicológico.
– A recuperação está sendo tranquila. Do ponto de vista médico, está tudo bem. O complicado nesses casos é do ponto de vista psicológico, mas ela está sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar e por psicólogos para passar por esse caso – explicou o promotor.
A vítima procurou o hospital no dia 6 de junho, quando foi aberto um protocolo no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvvis), que funciona na própria maternidade, para interromper a gravidez. A autorização saiu nesta quinta-feira (23). O caso é acompanhado pelo Conselho Tutelar de Tanque do Piauí.
Segundo o promotor, os 18 dias de intervalo entre o dia que a menina deu entrada no Samvvis e o momento da realização do aborto, tornam-se necessários para que se cumpram todas as etapas legais e importantes em situações do tipo.
– É algo muito delicado, não é sempre igual que esses casos acontecem. Veja, em muitos casos, na minha experiência como promotor, nós vemos situações em que as vítimas decidem seguir com a gestação. O aborto não é obrigatório. Então esse tempo não é uma demora, mas sim o cumprimento de fases para que não haja arrependimentos nem revitimização das mulheres – destacou.
ESTUPRO E AMEAÇAS
O delegado Felipe Andrade, responsável pela investigação, informou que o suspeito estava com a mãe da criança havia um ano. Ele aproveitava a ausência da companheira para abusar da menina.
– Ele ameaçava a vítima para que ela não contasse dos abusos. A mãe, ao descobrir a gravidez da filha, questionou o companheiro, ele confirmou o estupro e ainda a ameaçou. A própria mãe procurou o Conselho Tutelar, que acionou a polícia sobre o caso – contou.
Exames feitos na vítima comprovaram a conjunção carnal. A Polícia Civil, portanto, indiciou o padrasto pelo estupro de vulnerável. Diante das provas, a Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito, que foi cumprida no dia 4 de junho, em Tanque do Piauí. Ele encontra-se preso na Cadeia Pública de Altos.