Zelenski diz que guerra terminará mais cedo com Trump na Casa Branca

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Volodymyr Zelensky. Foto: Reprodução

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou que a guerra contra a Rússia “terminaria mais rápido sob o governo de [Donald] Trump” na Casa Branca em uma entrevista transmitida no sábado (16) por uma rádio local.

O ucraniano disse que a legislação dos Estados Unidos o impede de se reunir com Trump antes da sua posse, em 20 de janeiro. “Faremos tudo o que depender de nós [para garantir uma reunião]”, afirmou, acrescentando que só falaria com Trump pessoalmente, sem recorrer a emissários ou conselheiros.

Zelenski afirmou que teve uma “interação construtiva” com Trump durante uma conversa telefônica que após a vitória do republicano nas eleições presidenciais dos EUA. “Trump ouviu as bases sobre as quais nos apoiamos. Não ouvi nada que vá contra nossa posição”, disse o ucraniano.

Trump, que questiona os bilhões de dólares que os EUA enviam à Ucrânia em ajuda militar desde a invasão russa, já afirmou que poderia pôr fim à guerra em um dia —embora sem explicar como. Zelenski, por sua vez, afirma que Vladimir Putin, o presidente da Rússia, não está interessado em um acordo de paz.

Também em uma ligação feita uma semana depois da eleição americana, o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, conversou com Putin pela primeira vez em quase dois anos. “Pediu à Rússia que mostrasse disposição para entrar em negociações com a Ucrânia com o objetivo de alcançar uma paz justa e duradoura”, disse um porta-voz do governo alemão. “Ele enfatizou a determinação da Alemanha em apoiar a Ucrânia em sua defesa contra a invasão russa pelo tempo que for necessário.”

Segundo o Kremlin, Putin disse a Scholz que a Rússia estava disposta a discutir acordos de energia se a Alemanha estivesse interessada. Antes da guerra, grande parte do gás na Alemanha era fornecida pela Rússia.

Scholz enfrenta uma crise interna que culminou em uma eleição antecipada prevista para fevereiro. Entre outras questões, o partido do premiê vem sendo acusado de não empregar esforços diplomáticos suficientes para ajudar a encerrar a guerra.

O Kremlin afirmou que a conversa ocorreu a pedido de Berlim, e que Putin havia dito a Scholz que qualquer acordo para encerrar a guerra na Ucrânia deve levar em conta os interesses de segurança russos e refletir “novas realidades territoriais”. Moscou usa essa expressão para indicar que a Ucrânia teria que ceder quatro regiões que forças russas ocuparam parcialmente e que a Rússia reivindica como suas.

Zelenski, porém, diz que não haverá acordo de paz até que todas as forças russas se retirem do território ucraniano ocupado, incluindo a Crimeia, anexada em 2014.

O presidente ucraniano afirmou ainda que a ligação de Scholz a Putin abriu uma “caixa de Pandora”, minando esforços para isolar o líder russo. Ele e outras autoridades europeias alertaram Scholz contra a medida, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.

“Isso é exatamente o que Putin quer: é extremamente importante para ele enfraquecer seu isolamento para as negociações”, disse o ucraniano.

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