Bolsonaro afirma que retiraria falas sobre a Covid: “Dei uma aloprada”

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Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Por Mayara Oliveira

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na segunda-feira (12/9) que lamenta, se arrepende e que não repetiria declarações polêmicas feitas durante a pandemia de coronavírus. A Covid-19 já matou 684.898 brasileiros.

“Eu dei uma aloprada. Perdi a linha. Aí eu me arrependo. […] Eu sou ser humano também. Lamento o que falei. Não falaria de novo. Você pode ver que de um ano para cá meu comportamento mudou. Minha cadeira é um aprendizado. […] A questão do coveiro eu retiraria. O jacaré foi uma figura de linguagem. Poderia não usar”, declarou Bolsonaro durante participação em um podcast cristão.

Durante a crise sanitária, o chefe do Executivo federal minimizou a doença, a chamando de “gripezinha”. Quando questionado sobre o número de mortes, em diversas ocasiões, o presidente desdenhou da pandemia e disse, por exemplo, que não era “coveiro” e que a Covid era uma chuva e todos iriam “se molhar”. Também chegou a dizer que quem tomasse a vacina da Covid-19 fabricada pela Pfizer poderia virar um “jacaré”.

No bate-papo, o presidente, porém, voltou a defender o chamado tratamento precoce, que consiste no uso de medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente contra a Covid-19.

PF continuará investigações sobre Bolsonaro

Mais cedo, também na segunda-feira (12/9), a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a Polícia Federal dê continuidade a três investigações preliminares sobre a conduta do presidente Bolsonaro e a do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello durante a pandemia.

A decisão da ministra atendeu a um pedido da CPI da Covid para a realização de novas diligências. A comissão pediu ao STF que as investigações da PF fossem feitas antes de a Corte analisar um pedido da Procuradoria-Geral da República para arquivar o caso.

A PF deverá continuar com as apurações sobre:

  • suposto crime de charlatanismo e curandeirismo pelo presidente Bolsonaro, por ele defender o uso de remédios sem eficácia comprovada no tratamento da Covid;
  • supostas irregularidades na negociação para compra de vacinas; e
  • emprego irregular de verbas públicas.

A corporação também poderá realizar a organização das provas reunidas pela CPI que, no relatório final, apontou que Bolsonaro cometeu nove crimes.

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