Brasil busca fechar acordos em IA, saúde e clima na Cúpula do Brics

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Brics. Foto: Reuters

As iniciativas serão destacadas separadamente do comunicado final do encontro, com o objetivo de ressaltar as prioridades da presidência brasileira (veja temas abaixo).

Fontes da diplomacia brasileira entendem que destacar iniciativas do comunicado final dão maior ênfase e publicidade aos seus objetivos.

Um exemplo dado foi a ação global contra a fome e a pobreza, lançada à parte do comunicado final do G20, também presidido pelo Brasil no ano passado.

  • 🔎O Brics é um grupo formado por 11 países membros e outros parceiros que funciona como foro de articulação político-diplomática do Sul Global e de cooperação em várias áreas.
  • 🔎Entre os objetivos estão fortalecer a cooperação econômica, política e social entre seus membros e promover um aumento da influência dos países do Sul Global na governança internacional.

Os três temas abordados nos comunicados são:

  • Inteligência Artificial: tratamento de dados e governança
  • Erradicação de doenças derivadas da pobreza: cooperação entre membros
  • Financiamento do combate à mudança climática: agenda de liderança

Veja mais detalhes abaixo:

Inteligência Artificial: tratamento de dados e governança

A atenção à Inteligência Artificial (IA) terá foco no tratamento de dados como ativos econômicos. O governo defende a necessidade de governança global para a IA.

No Brasil, o projeto de regulamentação do uso de inteligência artificial foi aprovado no Senado em novembro de 2024 e está em análise na Câmara dos Deputados.

Erradicação de doenças derivadas da pobreza: cooperação entre membros

A erradicação de doenças derivadas da pobreza, por meio da cooperação entre os países-membros, é tida como fundamental pela presidência brasileira.

O Brasil busca conduzir uma aliança internacional para a eliminação dessas doenças, o que é avaliado por diplomatas como muito bem-vindo, no contexto do fim das operações da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), anunciado pelo governo Trump.

A iniciativa estaria ligada a outros projetos que já acontecem no bloco, como a ampliação da Rede de Pesquisa BRICS sobre a Tuberculose.

Financiamento do combate à mudança climática: agenda de liderança

A terceira prioridade envolve o financiamento do combate à mudança climática. O Brasil busca divulgar uma agenda de liderança climática compartilhada com outros países do Brics, com soluções para intensificar esforços para não ultrapassar o limite de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

A declaração deve incluir o tema do financiamento climático. O Brasil também quer aproveitar para atrair mais atenção ao assunto, pelo contexto da COP30, sediada em Belém, em novembro deste ano.

Cúpula no Rio de Janeiro

A Cúpula do Brics no Rio de Janeiro se trata do encontro mais importante do bloco em 2025, reunindo chefes de Estado, chanceleres e assessores de alto nível dos países-membros, o que provoca uma série de medidas de segurança e logística.

Mais de 100 reuniões preparatórias foram realizadas entre fevereiro e julho deste ano, muitas delas por videoconferência. Além disso, houve duas reuniões com os negociadores políticos – os chamados sherpas.

A primeira, em fevereiro, no Palácio Itamaraty, em Brasília, teve a aprovação unânime dos temas centrais propostos pelo Brasil, com destaque ao ponto de revisão da Parceria Estratégica na Área Econômica, um plano de cinco anos que passa por renovação sob a liderança brasileira.

O destaque da segunda reunião, já no Rio, em abril, foi a participação inédita da sociedade civil, com uma mudança significativa na forma como o grupo incorpora as demandas sociais no processo decisório.

O resultado foram consensos como de que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) deve ser principal agente de financiamento da industrialização do Sul Global.

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